A desembargadora federal Mônica Sifuentes foi eleita para integrar o Tribunal Penal Internacional (TPI), tornando-se a primeira brasileira a ocupar o cargo. Natural de Minas Gerais, Sifuentes é magistrada do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6). Antes disso, atuou no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília.
Em dezembro de 2024, durante a 22ª Sessão da Assembleia dos Estados Partes, realizada em Nova Iorque, Sifuentes foi eleita por aclamação para a Junta de Diretores do Fundo Fiduciário para Vítimas do TPI. Seu mandato, com duração de quatro anos, terá início em abril de 2025.
O Tribunal Penal Internacional, criado pelo Estatuto de Roma em 2002, é responsável pelo julgamento de crimes de genocídio, guerra e contra a humanidade. O Fundo Fiduciário para Vítimas, vinculado ao TPI, tem a função de prestar assistência às vítimas desses crimes. O conselho da entidade já contou com figuras como a Rainha Rania Al Abdullah, o ex-presidente costarriquenho Oscar Arias Sánchez, o arcebispo Desmond Tutu, o ex-primeiro-ministro polonês Tadeusz Mazowiecki e a ex-ministra francesa Simone Veil.
A trajetória de Sifuentes foi um fator determinante para sua eleição. Além de sua atuação no TRF-1, ela foi a primeira presidente do TRF-6, onde liderou a estruturação administrativa da nova corte federal. Sua experiência na gestão judiciária e seu envolvimento com temas relacionados aos direitos humanos foram considerados na escolha de seu nome para a Junta de Diretores do Fundo Fiduciário.
Além de sua carreira no Judiciário, Sifuentes é autora do romance histórico Um Poema para Bárbara (2014), que aborda a vida de Bárbara Heliodora, poetisa da Inconfidência Mineira.