O ministro Luis Felipe Salomão, corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), anunciou hoje a realização de uma auditoria na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, responsável pelos processos da Lava Jato. Além disso, ele ordenou a correição dos gabinetes dos desembargadores que compõem a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). A decisão foi tomada na manhã de hoje.
Um dos gabinetes que serão auditados é o do desembargador Marcelo Malucelli, que se afastou dos casos da Lava Jato em segunda instância depois de se declarar suspeito. O filho dele, João Malucelli, é sócio de Sergio Moro (União-PR) e Rosângela Moro (União-SP).
Salomão determinou que salas sejam disponibilizadas para a realização de audiências com pessoas indicadas pelos magistrados. Segundo o corregedor, essas pessoas não poderão se comunicar durante as audiências, e será permitida a apreensão de celulares. A ordem é que as audiências sejam presenciais, mas, se isso não for possível, poderão ser realizadas de forma remota, conforme a decisão do ministro.
A auditoria, denominada “correição extraordinária”, também solicitará documentos, sejam eles confidenciais ou não, da vara da Lava Jato e da 8ª Turma do TRF-4.
As auditorias serão realizadas entre os dias 31 de maio e 2 de junho, de acordo com a decisão.
Na última sexta-feira (26), o juiz afastado da vara, Eduardo Appio, solicitou ao CNJ a auditoria da jurisdição. Ele foi afastado temporariamente do cargo pelo TRF-4 em 22 de maio.
Salomão considerou, entre outros pontos, “a existência de diversas reclamações disciplinares em face dos juízes e desembargadores” que atuam nos órgãos.