A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, disse ver como “perigosa” a presença das plataformas de apostas virtuais, as chamadas “bets”, na rotina das pessoas. Segundo ela, essas plataformas fazem uma “aposta” de que “alguém é um otário”, afetando especialmente a população mais vulnerável.
“Acho que todo tipo de jogatina acaba apostando que alguém, em algum lugar, é um otário e por isso nós podemos nos valer dele. É o abuso de um ser humano pelo outro, principalmente pegando os mais vulneráveis (…) sou realmente contrária a esse tipo de coisa”, declarou.
Cármen Lúcia falou na noite de segunda-feira (30), no programa Roda Viva, da TV Cultura. Há cerca de duas semanas, o TSE proibiu a prática de “bets” eleitorais, que consiste no uso de sites de apostas para distribuir prêmios ou sorteios vinculados a candidatos ou ao resultado de eleições. A medida é válida para as eleições municipais deste ano.
Na ocasião, a presidente do TSE afirmou que a participação em apostas relacionadas às eleições configura um ilícito eleitoral, caracterizado como abuso de poder econômico e captação ilícita de votos. A ministra frisou que o objetivo é garantir um pleito “seguro, transparente e com respeito aos eleitores e eleitoras”.
Além disso, o governo federal deve “banir” cerca de 600 bets do país nos próximos dias. Essas, de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, são as que não pediram licença para operar no Brasil.
Haddad anunciou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) bloqueará o acesso a essas páginas e sugeriu que os apostadores peçam restituição imediata do dinheiro que têm nesses sites. A lista com as “bets” autorizadas deve sair nesta terça-feira (1º), e os apostadores devem ter 10 dias para resgatar os valores que têm nas plataformas.
