O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quarta-feira (13) que a corte resistirá a “qualquer ímpeto autoritário que venha de qualquer lugar do mundo”.
Ele fez a afirmação enquanto listava o que seriam suas principais preocupações, em palestra no Fórum Brasil do Lide, realizado em Brasília.
Uma delas, disse, é uma “nova ordem internacional em que há risco para o multilateralismo, em que há risco de vir uma nova onda autoritária”. “Nós precisamos resistir”, afirmou ainda.
Embora não tenha feito referência nominal ao político norte-americano, o discurso acontece depois da eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
Ao ser questionado por outros participantes da mesa se via alguma nova ameaça autoritária para o Brasil, o presidente do Supremo afirmou que, por aqui, “nós contivemos”.
“É uma ameaça felizmente superada no Brasil, e existe a maior normalidade institucional para o país e uma relação boa entre os Poderes”, afirmou.
“O Brasil vive uma normalidade institucional com as divergências naturais de uma vida democrática. Pensamento único só existe em ditadura.”
No evento desta quarta, Barroso ainda listou, como suas preocupações, as mudanças climáticas, a segurança jurídica, a educação básica e o que chama de “volta à civilidade”.
Segundo ele, as pessoas precisam “voltar a sentar na mesma mesa sem desqualificar um ao outro”.
Também mencionou as emendas parlamentares, e disse que os três Poderes estão fazendo um esforço para “tentar dar um pouco mais de racionalidade, rastreabilidade, controlabilidade ao Orçamento público”.
“O volume de emendas individuais, emendas de comissão e emendas de bancada, a maior parte impositiva, alcança um percentual que é superior à média praticada em todos os países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]”, afirmou.