O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, aproveitou a fala de abertura do semestre no Judiciário, nesta quinta-feira (1), para defender a Corte das críticas que vêm sofrendo como a participação dos ministros em eventos nacionais e internacionais, o gasto com viagens e com seguranças.
Barroso explicou que o “mundo mudou” e, portanto, hoje faz-se necessária a segurança dos ministros do Supremo. “Eu fui à final da Copa do Mundo de 2014 com a minha mulher e meus filhos. Nenhum tipo de problema. Fui às Olimpíadas de 2016, com o saudoso ministro Teori Zavaski, sem nenhum segurança. Não houve nenhum problema”, contou.
“Infelizmente, a vida mudou e quase todos nós aqui já vivemos momentos difíceis de tentativa de agressão, de hostilidade. Como o mundo mudou, nós, evidentemente, precisamos oferecer segurança aos ministros. Seja numa atividade pública ou privada. Não há nada de errado que seja provida segurança aos ministros para que não sejam submetidos a ataques de ordens diversas”, acrescentou.
Segundo Barroso, são “infundadas” as acusações sobre a participação de ministros em eventos nacionais ou internacionais, sobretudo, quando organizadas por empresários. Barroso se refere a eventos como o Fórum Jurídico de Lisboa, que entre os organizadores está o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), fundado pelo ministro Gilmar Mendes.
De acordo com o presidente do STF, não há nada de errado, desde que observada a “parcimônia que convém ao poder público” a participação de magistrados nesses eventos. “A crítica quando o encontro de ministros ou quando o ministro participa de um encontro organizado por empresários revela em grande parte o preconceito que existe no Brasil contra a iniciativa privada”.
Barroso também esclareceu que o STF não paga viagens e diárias para ministros. “Nenhum ministro viaja com despesas pagas pelo STF. Isso não acontece. Só o presidente, quando é viagem em representação institucional. Reitero, nenhum ministro viaja com despesas pagas pelo STF e, menos ainda, viaja de 1º classe, até seria bom, mas o país não comporta”.