Um advogado inscrito na OAB de Minas Gerais foi preso no último sábado, 10, em Guarapari/ES, após ameaçar e ofender dirigentes da OAB/ES durante uma fiscalização que investigava denúncia de captação irregular de clientes atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana/MG.
A fiscalização identificou que o advogado havia montado uma estrutura de atendimento jurídico na quadra de uma escola particular no bairro Itapebussu. No local, eram utilizados computadores, copiadoras e impressoras para formalizar atendimentos a centenas de pessoas afetadas pela tragédia ambiental. No entanto, o profissional não possui inscrição suplementar na seccional capixaba, o que é exigido para atuação fora do Estado de origem.
Durante a abordagem, o advogado reagiu com agressividade. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram ele ofendendo e ameaçando a presidente da subseção de Guarapari, Mônica Goulart. Também fez ameaças à presidente da OAB/ES, Érica Neves, que acompanhava a fiscalização. Diante das agressões, a Polícia Militar foi acionada e conduziu o advogado à delegacia.
“Presidente da OAB em nada é a mesma coisa… não é essa chamada Mônica. Pisa lá. Vai lá, pisa lá. Vamos ver se você vai ter coragem…”, afirmou o advogado em um dos vídeos.
Em nota, a OAB/ES classificou a atuação do profissional como captação indevida de clientela e ressaltou que a prática viola normas éticas e legais da advocacia. A seccional repudiou veementemente as ameaças e reafirmou seu compromisso com a legalidade e a fiscalização profissional.
O Conselho Federal da OAB também se manifestou em apoio às dirigentes da OAB/ES, repudiando o comportamento do advogado e destacando que a atuação da Ordem está amparada pelo Estatuto da Advocacia. A entidade classificou os ataques como misóginos e violentos, e reforçou a importância da valorização das mulheres advogadas e da defesa das prerrogativas da classe.