A formação das listas sêxtuplas para as duas vagas do Quinto Constitucional do TJ-SP continua rendendo nos bastidores da seccional paulista da OAB.
A sessão extraordinária do Conselho, realizada na última segunda-feira (13), com as argüições dos candidatos e as votações das listas sêxtuplas, foi marcada por pontos polêmicos que estão sendo repudiados por conselheiros descontentes com a condução do processo por falta de isonomia e diversidade.
Segundo eles, houve descumprimento das regras possibilitando mais tempo para alguns candidatos que participavam das argüições na sala 2, coordenada pela diretora secretária-geral adjunta da OAB-SP, Margarete de Cássia Lopes. Esse fato acabou atrasando o início das votações por mais de duas horas.
“Além do descumprimento das regras com mais tempo para alguns candidatos, o presidente Caio Augusto nos causou uma grande surpresa ao anunciar a votação simultânea das listas alterando a pauta que previa votações distintas para cada lista. Isso favoreceu, sem dúvida, os candidatos preferidos pelo grupo dele com predominância de nomes do interior ”, relatou um conselheiro à JuriNews.
A falta de isonomia e a votação simultânea das listas se somam ao fato da bandeira da diversidade, tão defendida pela instituição, não ter tido vez na formação da lista. Dos 12 escolhidos, todos são brancos/pardos e apenas duas mulheres (uma em cada lista).
“Conselheiros que tanto defendem a bandeira da diversidade não votaram nos candidatos negros e em mais mulheres, inclusive, a conselheira Marina Ganzarolli, presidente da Comissão da Diversidade e de Gênero, que votou nos homens brancos”, contou uma conselheira.
No total dos candidatos, 16 mulheres e dois negros, com excelentes currículos, concorreram nas listas mas apenas duas mulheres foram escolhidas, mostrando que a paridade e a diversidade ainda não passa de mero discurso dentro da OAB São Paulo.
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