As eleições da OAB Bahia revelaram a tamanha insatisfação dos advogados baianos com o grupo que há mais de uma década comanda a entidade e que usou de todos os artifícios possíveis para se manter no poder.
Mesmo vitoriosos nas urnas por uma pequena diferença de votos, os integrantes da chapa vencedora, que tem na figura de Luiz Viana seu principal líder, terão que explicar à advocacia se coadunam com o auxílio moradia recebido pelo atual vice-presidente da OAB.
Viana ganhou perdendo porque a advocacia está decepcionada com a revelação de que seu trabalho “voluntário” custou R$ 220 mil reais para a OAB em menos de três anos com o pagamento exclusivo do auxílio moradia para residir em Brasília, sem falar nos demais custos. Sua imagem sai bastante abalada.
A missão de Daniela Borges, presidente eleita, não será fácil, a começar pela desgastada gestão de Fabrício Costa que logo ela dará continuidade e a triste revelação de que seu líder Luiz Viana está envergonhando a advocacia brasileira.
Além do mais, a oposição dividida em três chapas teve mais votos do que a situação, o que reforça o descontentamento da classe na Bahia.
Por sua vez, a grande vencedora do pleito, mesmo não tendo sido eleita presidente da OAB-BA, foi a advogada Ana Patrícia Dantas Leão, que teve a ousadia de romper com o grupo que fazia parte e se lançar candidata. Se hoje a OAB Bahia elegeu uma mulher para presidir a entidade nos próximos três anos, isso é fruto da decisão de Ana Patrícia.
Ela, sim, sai como grande líder da advocacia baiana porque conseguiu arregimentar milhares de advogados em torno de um projeto de resgate da instituição, numa campanha ética e propositiva e mostrou que é possível fazer diferente da práticas antigas que ainda terão continuidade pelos próximos três anos.