De acordo com os dados do Ministério da Saúde, no Brasil, 1,2 milhão de pessoas são portadoras de algum tipo de demência, e a cada ano, 100 mil novos casos são identificados. Por isso, neste Dia Mundial da Doença de Alzheimer, 21 de setembro, o Departamento de Saúde e Qualidade de Vida (DSQV) do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) aborda a temática com o intuito de intensificar a conscientização dos servidores.
O Alzheimer é uma das formas mais comuns de demência. Segundo a geriatra Monica Lessa, a doença pode ser dividida em três fases: inicial, moderada e avançada.
A fase inicial é caracterizada pelas dificuldades de memória sobre fatos recentes. Na fase moderada, o paciente pode desenvolver dependência para executar atividades do cotidiano, além de piora dos sintomas cognitivos.
Já a fase avançada é representada pela dependência completa para atividades de autocuidado, memória fragmentada e reduzida e linguagem restrita, podendo haver também incontinência urinária e fecal, parkinsonismo e crises epilépticas.
Monica Lessa explica que existem fatores de risco que não são modificáveis, como predisposição genética e idade avançada. Mas há os agentes que são modificáveis, como tabagismo, baixa escolaridade e depressão. Ambos os tipos de fatores desempenham um papel relevante no desenvolvimento desta condição.
Ter bons hábitos de vida como alimentação saudável e prática de exercícios físicos auxiliam no retardo e na prevenção da Doença de Alzheimer.
Além disso, Monica reforça que “cessar o tabagismo, evitar o consumo excessivo de bebida alcoólica, ter bom controle de doenças crônicas como hipertensão, obesidade e diabetes, assim como possuir uma boa rede social de apoio” são práticas essenciais para diminuir as chances de desenvolver esta enfermidade.
Em relação aos sintomas, a geriatra afirmou que no início da doença, os indícios mais comuns envolvem o comprometimento da memória recente e dificuldade de planejamento e resolução de problemas.
No que se refere os sintomas não cognitivos Monica esclareceu que “existem muitos casos de alterações comportamentais e os sintomas iniciais são apatia, depressão e delírio geralmente relacionados a roubo ou traição”.
Por se tratar de uma doença neurodegenerativa, o diagnóstico precoce favorece a possibilidade de atraso dos sintomas, e consequentemente influencia na melhora da qualidade de vida dos pacientes.
Apesar de não haver cura, a médica informa que alguns tratamentos contribuem para a redução da velocidade de progressão da doença e amenizam os sintomas comportamentais. Vale salientar que os medicamentos para tratar a Doença de Alzheimer são disponibilizados pelo SUS.
“O tratamento não farmacológico com equipe multiprofissional promovendo estímulos cognitivos, atividade física, musicoterapia, suporte nutricional são importantes para retardar a evolução da doença e no tratamento das alterações comportamentais da doença”, explicou a médica.