A Seccional Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) lançou uma pesquisa para tratar da violência sofrida por mulheres advogadas, tanto no ambiente familiar quanto no exercício profissional. Sob o título ‘Ser advogada não me salva’, o levantamento é o primeiro a ser realizado por uma seccional da Ordem e visa fortalecer mecanismos de acolhimento e suporte às vítimas, além de contribuir para formulação de políticas públicas. As respostas podem ser enviadas até 18 de julho.
A pesquisa é realizada por meio de um questionário direcionado a todas as advogadas inscritas na Ordem que atuam no estado do Rio de Janeiro. Protegidas por sigilo absoluto, as respostas ao questionário vão permitir à Ouvidoria da Mulher da OAB-RJ compreender a realidade das advogadas que enfrentam violência – seja física, psicológica, moral ou patrimonial – em diversos contextos: desde os espaços privados até ambientes profissionais como fóruns, delegacias, escritórios de advocacia, documentos processuais e até mesmo no ambiente virtual.
“A Ouvidoria é a ligação da OAB-RJ com os problemas que a sociedade enfrenta e, neste caso, com as questões que atingem as mulheres. É a partir do recebimento dessas informações que nós podemos cobrar soluções efetivas perante os órgãos competentes. Nosso estado, infelizmente, ainda é o segundo colocado do país em violência contra a mulher. Precisamos obter prioridade de políticas públicas contra essa chaga”, afirmou a presidente da Seccional, Ana Tereza Basilio.
Todas as advogadas do Rio de Janeiro podem participar da pesquisa, independentemente de terem sido vítimas ou não. Caso a participante nunca tenha sofrido violência, o questionário será encerrado automaticamente após as primeiras respostas. As informações coletadas serão utilizadas exclusivamente para embasar ações institucionais e melhorar os mecanismos de suporte dentro e fora da Ordem.
Segundo a ouvidora Andréa Tinoco, o levantamento busca não apenas dimensionar o problema com precisão, mas, principalmente, criar subsídios para políticas públicas mais eficazes de proteção às advogadas.
“Muitas mulheres na advocacia enfrentam agressões sem o devido reconhecimento. Com esse questionário, queremos transformar essa realidade, oferecer suporte efetivo e garantir um ambiente mais seguro e respeitoso para todas”, declarou.