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OAB cobra prisão dos agentes envolvidos na morte de homem em SE. PRF muda discurso: “Indignação”

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A Ordem dos Advogados do Brasil cobrou neste sábado (28) a prisão dos policiais rodoviários federais que mataram Genivaldo de Jesus na última quarta-feira (25), em Umbaúba (SE).

Genivaldo foi sufocado até a morte depois de ser trancado no porta-malas de uma viatura da PRF, onde foram jogados spray de pimenta e bombas de gás lacrimogênio. Antes de morrer por asfixia, Genivaldo foi agredido por 30 minutos.

“O Conselho Federal e a Seccional de Sergipe da Ordem dos Advogados do Brasil manifestam indignação pelo assassinato de Genivaldo de Jesus Santos, praticado com fortes indícios de tortura, e atuarão diretamente no caso para cobrar das autoridades as providências cabíveis, inclusive prisão cautelar dos envolvidos, para garantir ágil, transparente e eficiente investigação, sempre franqueando a ampla defesa e acesso aos autos pelos suspeitos”, diz a nota oficial.

E continua: ”A OAB Nacional e a OAB Sergipe requerem a adoção de medidas preventivas imediatas pela PRF, para evitar que situação semelhante volte a acontecer, e para garantir a prestação de assistência à família da vítima. As instituições lamentam o triste episódio, que não pode ser considerado isolado, pois o assassinato sistemático de pessoas negras é uma triste realidade de nosso país, que carece de ações específicas para ser superado”, conclui a nota assinada pelo presidente em exercício do Conselho Federal da OAB, Rafael Horn, pelo presidente da OAB-SE, Danniel Costa, pelo procurador-geral do Conselho Federal da OAB, Ulisses Rabaneda, e pela presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, Silvia Souza.

PRF MUDA DISCURSO

Também neste sábado, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) mudou de posição e afirmou que viu “com indignação” as  imagens da abordagem de que resultou na morte de Genivaldo de Jesus.

“Assistimos com indignação os fatos ocorridos na cidade de Umbauba, em Sergipe, em que uma ação envolvendo policiais rodoviários federais resultou na morte do senhor Genivaldo de Jesus Santos”, afirmou o coordenador geral de Comunicação Institucional da PRF, Marcos Territo, em vídeo publicado nas redes sociais. “Os procedimentos vistos durante a ação não estão de acordo com as diretrizes expressas em cursos e manuais da nossa instituição.”

A instituição destacou que haverá uma avaliação interna dos padrões de abordagem e que já estão “estudando os nossos procedimentos de formação, de aperfeiçoamento e operacionais para ajustar o que for necessário”.

Em nota divulgada no dia da abordagem, a PRF anunciou a instauração de procedimento para apurar a conduta dos agentes envolvidos, mas afirmou que os agentes haviam “empregado técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo para sua contenção”. A PRF também alegou na ocasião que a vítima resistiu “ativamente” à abordagem.


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