Uma advogada do Rio de janeiro afirma ter sido vítima de racismo ao deixar uma unidade da Zara na Barra da Tijuca, na zona oeste da capital fluminense. O caso teria acontecido no último sábado (18).
Ingryd Souza disse nas redes sociais que, após comprar roupas, precisou mostrar os produtos adquiridos e a nota fiscal para uma funcionária porque o detector antifurto disparou. Ela registrou a ocorrência e a Polícia Civil investiga o caso.
“A gerente já estava na porta com um tablet, aguardando a nossa saída. Ouvimos um ‘boa noite’, voltamos para a entrada da loja e ela [a vendedora] falou que o sensor estava mostrando que tinha uma blusa de seda de botão no tablet dela que parecia estar na minha bolsa. A gente começou a explicar que comprei uma blusa, mas que não era aquela blusa que aparecia no tablet. Depois apitou de novo, nós retornamos e eu comecei a mostrar as coisas que havia comprado”, disse, em suas redes sociais.
A advogada afirmou ainda que não é a primeira vez que sofreu racismo. “Já passei por outras como essa, mas dessa vez não vai passar batido. Vocês precisam aprender urgentemente a tratar com dignidade uma pessoa preta. Nunca passei por tamanho constrangimento”, escreveu.
O procurador da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Paulo Henrique Lima, acompanhou Ingryd na delegacia.
“Casos dessa natureza não podem ser naturalizados, pois a abolição de todas as formas de violência racial é um condicionante para atingirmos a plenitude do Estado democrático de Direito”, afirmou o procurador.
O QUE DIZ A ZARA
Em nota, a Zara afirmou que “é uma empresa que não tolera qualquer ato de discriminação e lamenta que a cliente tenha se sentido desta maneira em uma de suas lojas”.
“A empresa ressalta que está reforçando todos os processos e políticas de atendimento com as equipes para que suas lojas sejam sempre um ambiente seguro, acolhedor e inclusivo para todos”, acrescentou.
Com informações da FolhaPress