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DISCRIMINAÇÃO NO JOGO: Advogado faz gesto nazista a árbitro austríaco durante campeonato; OAB-DF apura o caso

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O advogado Françoar Dutra é investigado pela Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF), após fazer gestos de referência nazista para um árbitro auxiliar austríaco durante um campeonato de futebol da entidade, no Setor de Clubes Sul, em Brasília, no último sábado (22). Dutra é presidente da Subseção de Brazlândia da OAB-DF.

No Brasil, apologia ao nazismo é crime revisto pela Lei 7.716/1989, com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa para quem “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.

Segundo a súmula assinada pelo juiz da partida, o gesto do advogado foi seguido da saudação “heil, Hitler” (“salve Hitler, em tradução livre”), após o árbitro, que atuava como reserva, pedir para o advogado Françoar Dutra se acalmar. Testemunhas disseram que, após o episódio, o árbitro austríaco deixou o campo chorando e muito abalado.

O árbitro, que prefere não ter o nome divulgado, disse que “no Brasil as pessoas não compreendem o que o gesto [braço direito levantado] e as palavras ‘Heil Hitler’ realmente significam, e o que fica por trás disso”

Em nota, a OAB-DF disse que “não coaduna com quaisquer atitudes discriminatórias” e que vai abrir um processo para “apurar os fatos”. Já o Sindicato de Árbitros de Futebol do DF (SAF-DF) afirmou que repudia o ato e que busca a responsabilização civil e criminal do agressor.

O QUE DIZ O ADVOGADO FRANÇOAR DUTRA

“Caros amigos.
Sobre o fato noticiado, ocorrido no dia 22 de outubro, esclareço:
Após reclamar – em partida de futebol acalorada – que um jogador do meu time estava sendo agredido de forma injusta, me senti repreendido de forma excessiva pelo árbitro da súmula, momento em que lhe disse que estava se portando de forma “ditatorial”.
Falei na forma coloquial e em sentido figurado, evidentemente.
Deixo claro que não conheço o referido árbitro, muito menos sabia de sua origem. Sou filho de nordestina e goiano e sou contra qualquer tipo de atitude racista ou xenófoba. O que ocorreu foi que me expressei de maneira exagerada no calor do jogo.
Esclareço ainda que ao fim do jogo me retratei com o árbitro por qualquer inconveniente, momento em que o mesmo aceitou minhas desculpas e ali ficou o acontecido.
Renovo aqui meu pedido de desculpas ao árbitro e me solidarizo com sua história de vida.
Mantendo minha postura de transparência, coloco-me à disposição de todos para esclarecer qualquer dúvida!
Françoar Dutra”

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