“Imensa é minha alegria ao testemunhar a OAB renascendo bem e em boas mãos; nas mãos, mentes e corações de três mil mulheres advogadas: indígenas, negras, brancas, cis, trans, com deficiência, mães, veteranas e iniciantes, de capitais e do interior. Ao vê-las daqui, sinto a representatividade de mais de setecentas mil mulheres advogadas brasileiras”, afirmou o presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti, na abertura da 4ª Conferência Nacional da Advocacia, em Curitiba, nesta quinta-feira (14/3).
Além de enaltecer a diversidade das advogadas brasileiras, Simonetti lembrou a todos que, apesar de o caminho em direção à inclusão e igualdade ser árduo, a entidade tem enfrentado a questão com ações concretas. Um exemplo foi a aprovação da Lei nº 14.612, em 2023, que incluiu o assédio moral, o assédio sexual e a discriminação entre as infrações ético-disciplinares no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil.
“Os tempos não têm sido fáceis”, ressaltou Simonetti, em alusão aos recentes casos de violência contra mulheres advogadas. No ano passado, lembrou o presidente nacional, uma advogada de Santa Catarina foi agredida pela ex-mulher de um cliente. E, neste ano, as advogadas Brenda dos Santos e Andreia Teixeira foram brutalmente assassinadas, no Rio Grande do Norte. “Luto, para a Ordem, é verbo”, exclamou.
“Lutaremos para garantir a punição aos responsáveis por essa tragédia. Lutaremos para aprovar a Lei que levará seu nome. Não iremos descansar até garantir a aprovação do projeto de lei que qualifica homicídio e lesão corporal contra advogadas e advogados no exercício da profissão”, disse o presidente da OAB.
Ele lembrou também do destaque dado, em sua gestão, às mulheres negras em posições de liderança, como a presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Cristiane Damasceno, e da Comissão Nacional dos Direitos Humanos, Silvia Souza. Ressaltou, também, a publicação da Cartilha de Prerrogativas da Mulher Advogada e a adaptação, nas seccionais, com a instalação de fraldários e salas de amamentação. “O acolhimento da criança é o acolhimento da mãe, da vida da mulher”, disse.
Simonetti também destacou a importância das mulheres de sua vida: a filha, a esposa, a irmã e a mãe. E sinalizou, em sua fala: “Sei que que a carga é pesada e que os desafios enfrentados podem levar ao desânimo. Mas eu enfatizo: vocês não estão sozinhas”.
Com o tema “Evolução e Protagonismo”, a 4ª Conferência Nacional da Mulher Advogada ocorre entre os dias 14 e 15 de março, na capital paranaense. O encontro tem como objetivo debater as principais bandeiras do universo feminino frente aos desafios da advocacia contemporânea.
