A independência da Ordem dos Advogados do Brasil, tanto no cenário político nacional quanto em âmbito estadual, é de fundamental importância para a manutenção do estado democrático de direito. Essa máxima vem sendo duramente combatida no Acre pela estrutura governamental que vem trabalhando incessantemente contra o projeto de uma OAB independente naquele estado.
Tal fato é comprovado por meio de um vídeo em que o secretário da Casa Civil do governo do Acre, Jonathan Donadoni, um dos principais aliados do governador Gladson Cameli (PP), discursou expondo a interferência nas eleições da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Acre.
Em cima de um carro de som, comemorando a vitória de Zequinha Lima como prefeito do município de Cruzeiro do Sul, Donadoni disse:
“Hoje, Zequinha, eu me sinto gratificado em dobro pela sua vitória. E vamos derrotar de novo, em uma outra eleição que vai vir aí, que é a da OAB, que nós vamos derrotar também, que vamos para outra eleição”, disse o chefe da Casa Civil do Governo do Acre.
O atual presidente da OAB-AC, Rodrigo Aiache, é candidato à reeleição e tem sido um dos principais críticos ao governo de Cameli, que é investigado por supostos crimes de corrupção. Cameli é réu no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por desvio de recursos públicos e fraude em licitações.
Dessa forma, o discurso e a atuação política do governo do Acre é uma clara tentativa de enfraquecer a atuação da maior e mais representativa entidade da sociedade civil brasileira.
A OAB, sob a gestão do presidente nacional Beto Simonetti, já reafirmou por diversas vezes, sua posição de independência política. “A OAB não tem partido, não tem ideologia partidária, não é longa manus de governo. Somos independentes de quaisquer ideologias. A Ordem é da advocacia e do Brasil e não se deixa sequestrar por interesses políticos de ocasião”, disse Beto Simonetti em um recente discurso ao defender a atuação da OAB.