O corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, disse nesta quarta-feira (17) que continua se dando bem com o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, e que as críticas feitas por ele à sua decisão mostram que os dois têm pontos de vista diferentes.
“Continuamos nos dando bem, com pontos de vista diferentes. Ele tem a defesa deste tema e eu tenho a obrigação de aprofundar a investigação. Não tenho nenhuma prevenção nem apoio, não tenho viés. Estou fazendo o meu trabalho”, disse o ministro em entrevista à CNN.
Salomão afastou na segunda-feira (15), monocraticamente, a juíza Gabriela Hardt, o juiz Danilo Pereira Júnior e os desembargadores Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz e Loraci Flores de Lima, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por indícios de irregularidades na Operação Lava Jato.
Na sessão desta terça-feira (16) do CNJ que analisou a decisão de Salomão, o ministro Luís Roberto Barroso – presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e também do CNJ – criticou a decisão do colega.
“Considero que a medida foi Ilegítima e arbitrária e desnecessário o afastamento dos juízes por decisão monocrática sem deliberação da maioria absoluta e sem nenhuma urgência que não pudesse aguardar 24h para ser submetida a este plenário. Entendo que tal decisão contrariou frontalmente decisão do STF”, afirmou Barroso.
O CNJ revogou, por maioria, o afastamento de Danilo Pereira Júnior e Gabriela Hardt. Também por maioria, decidiu manter o afastamento de Thompson Flores Lenz e Loraci Flores de Lima.
Os conselheiros se dividiram entre os entendimentos de Salomão, que defendia a manutenção do afastamento dos magistrados, e de Barroso, que pregava a revogação das medidas impostas.
A definição sobre abertura de processo administrativo contra os magistrados foi adiada a pedido de Barroso. Salomão defende a abertura dos procedimentos para aprofundar as apurações.