O juiz Roberto Zanichelli Cintra, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), ordenou que a Polícia Civil investigue os policiais militares (PMs) que permitiram que o empresário Fernando Sastre Filho – que dirigia o Porsche envolvido em acidente que matou o motorista do carro atingido por este -, e sua mãe Daniela Cristina de Medeiros Andrade fossem liberados do local do acidente que resultou na morte de um motorista de aplicativo na zona leste de São Paulo.
Segundo as investigações, Fernando Sastre Filho, 24 anos, estava dirigindo em alta velocidade seu Porsche, avaliado em mais de R$ 1 milhão, quando colidiu na traseira de um Renault Sandero na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, na madrugada de 31 de março.
O motorista do outro veículo, Ornaldo da Silva Viana, 52 anos, faleceu no acidente. Já o passageiro do Porsche, Marcus Vinicius Machado Rocha, 22 anos, sofreu ferimentos graves e está hospitalizado.
Os PMs que chegaram ao local decidiram liberar Fernando Filho e sua mãe, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, 45 anos, que foi até lá para ajudar o filho, alegando que eles iriam ao hospital – o que não ocorreu. Os policiais não submeteram Fernando ao teste de bafômetro e não o autuaram em flagrante. A ocorrência só foi registrada na delegacia cerca de cinco horas após o acidente, apesar do óbito.
Os policiais já estão sendo investigados pela PM, mas agora a Justiça também exige que a Polícia Civil investigue sua “eventual responsabilidade criminal” no caso.
O juiz Cintra negou um pedido de prisão preventiva contra Fernando Filho, optando por impor uma fiança de R$ 500 mil e suspender sua CNH, além de outras medidas cautelares.
Ele também ordenou que o empresário e sua mãe entreguem seus celulares à polícia e autorizou a quebra do sigilo dos dados para ajudar na investigação.
Fernando Sastre Filho, acompanhado de advogados, se apresentou à delegacia 48 horas após o acidente, após o flagrante, onde prestou depoimento e foi liberado. Ele admitiu que estava dirigindo um pouco acima do limite de velocidade permitido, mas negou ter consumido álcool. No entanto, essa versão é contestada por vídeos e relatos de testemunhas.
O empresário já foi indiciado por homicídio com dolo eventual, lesão corporal e fuga do local do acidente. A defesa de Fernando não foi contatada para comentar o assunto.
Redação, com informações do Metrópoles