Interlocutores do senador Sergio Moro relataram que já vem sendo feito um mapeamento de todas as variáveis envolvendo o julgamento da cassação do mandato no Tribunal Superior Eleitoral.
Isso antes mesmo da conclusão do julgamento no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, que continua na tarde dessa quarta (3) em Curitiba.
A leitura feita no entorno de Moro é de que o voto favorável do relator no início do julgamento no TRE deu expectativa de vitória na corte até mesmo com um placar mais elástico do que o que se previa inicialmente.
O placar elástico é, nesse sentido, a primeira grande variável a ser colocada na conta no mapeamento que vem sendo feito. Pretende-se que uma diferença maior de votos possa ser um significativo ativo para a fase final do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral.
Nesse sentido, o placar de 5 x 2 hoje é tratado como o grande objetivo do senador, que considera que os dois votos contrários a ele estão certos e devem vir dos advogados que foram nomeados neste ano pelo presidente Lula. Justamente por isso, pelos votos poderem vir dos indicados do petista, que se avalia que este placar chegaria bem no TSE.
Por outro lado, há uma expectativa de que o voto favorável do relator na segunda-feira (1) influencie pelo menos outros três votos. Dentre eles o do presidente da corte, que já informou que votará no caso. Normalmente ele só votaria no caso de empate. Isso pode fazer com que a votação seja apenas concluída no dia 8.
O senador, porém, sabe que uma vitória no TRE não significa uma vitória no TSE e já tem elencado com seus aliados as variáveis que devem ser consideradas para o julgamento em Brasília.
A relação com o atual presidente da corte é uma delas. Ao contrário do deputado cassado Deltan Dallagnol, Moro tem boa relação com o ministro e há dúvidas no seu entorno até que ponto Moraes consideraria o desejo do governo federal de cassar Moro. Não se tem, assim, no entorno de Moro uma visão de que Moraes vai atrapalhar os planos do senador. Ele, ao contrário, chega a ser visto até como um ativo no embate no TSE. O ministro deixa a corte em 3 de junho.