O ministro do Tribunal Superior Eleitoral Floriano de Azevedo Marques não acredita que as eleições municipais de outubro de 2024 sejam ditadas pelo racha político que deu o tom do processo eleitoral em 2022 e dividiu o Brasil ao meio. Apesar da influência que deverá ser exercida pelos dois principais líderes e cabos eleitorais do país, Jair Bolsonaro (PL) e Luíz Inácio Lula da Silva (PT) terão papéis menos inflamados nos municípios onde as disputas têm outras particularidades.
“O que acontece no âmbito de uma eleição municipal é que as polarizações são menos uniformes. Cada município, cada localidade, tem as suas disputas, que não correspondem, necessariamente, à disputa de poder das grandes forças nacionais”, disse Floriano.
“Você tem lá líderes que são tradicionalmente rivais, têm partidos que são tradicionalmente fortes nas cidades e em um país como o Brasil tão grande e tão diverso, o corte de disputa é variável e na maior parte dos municípios tem sua peculiaridade local”, continuou.
Ainda de acordo com o ministro, apesar de as eleições municipais serem bem diferentes das nacionais, “é próprio do jogo eleitoral haver polarização”, o que não quer dizer, no entanto, que se darão só entre direita e esquerda.
“Porque o jogo eleitoral favorece antagonismos. Não fosse assim, não faria sentido em em algumas cidades ter segundo turno, que é justamente decidir os dois polos que vão disputar o round final da eleição. O que acontece no âmbito municipal é que as polarizações são menos uniformes. Cada município tem sua disputa, que não corresponde necessariamente à disputa de poder das grandes forças nacionais”, concluiu.