Contagem regressiva para a IV Conferência Nacional da Mulher Advogada. O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, por meio de sua Comissão Nacional da Mulher Advogada, e a OAB Paraná, estão ultimando os detalhes para a realização do evento que acontecerá em Curitiba, nos dias 14 e 15 de março, reunindo profissionais de todo o país.
O evento tem como tema central “Evolução e Protagonismo’ e tem o objetivo de levantar as principais bandeiras do universo feminino frente aos desafios da advocacia contemporânea.
Em reunião no Conselho Federal da OAB, a presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Cristiane Damasceno, e a vice-presidente, Rejane Sanches, juntamente com as conselheiras federais da OAB pelo Paraná, Ana Cláudia Pirajá Bandeira, Graciela Marins e Silvana Niemczewski, avaliaram a importância do momento.
“Temos um país inteiro empenhado em fazer um grande evento, uma conferência inclusiva, porque essa é uma pauta de todos e todas. Precisamos de mais mulheres no Sistema OAB e a inserção das mulheres veio de forma mais palpável depois que a paridade chegou. Nossa expectativa é despertar no coração das mulheres advogadas a vontade de participar e permanecer dentro do espaço político da OAB”, disse Cristiane Damasceno.
“Estamos vendo a cada dia um maior interesse das advogadas no desenvolvimento de suas carreiras e isso só é possível com o entrelaçamento de ideias, expertises e sotaques. E é justamente isso que será tratado na Conferência, por isso precisamos estar presente nas discussões porque o espaço já conquistamos com a paridade”, avaliou Rejane Sanches.
EXEMPLOS E LIDERANÇAS
As mulheres já são na maioria na advocacia brasileira e, ao longo dos anos, a presença feminina na advocacia vem garantindo uma maior representatividade inspirando e empoderando outras mulheres em áreas historicamente dominadas por homens.
“Assumi o escritório de advocacia quando meu faleceu e uma mulher na coordenação do escritório ainda não era comum, precisei aprender a me impor mais e o que me fez permanecer à frente do escritório foi a capacidade. Por isso digo que a capacitação para as mulheres advogadas é essencial, inclusive, aprender a fazer política com humildade porque não temos essa expertise ainda, e ser incluída e para ser incluída tem que participar, porque não existe inclusão sem participação”, contou a conselheira federal da OAB pelo Paraná, Graciela Marins.
Para Ana Cláudia Pirajá, também conselheira federal da OAB pelo Paraná, o papel de fortalecimento da mulher precisa ser exercido onde quer que ela esteja e nas funções que desempenha.
“Como mulher temos que ser exemplo, temos que servir de referência para as mais jovens, e é isso que procuro fazer em todas as funções, seja como advogada, mãe, professora e líder de uma entidade como a OAB Maringá que já presidi, uma subseção com mais de 7 mil advogados e advogadas. Quando você se apresenta como uma líder, você fortalece outras mulheres que olham para você e diz se você chegou, eu também posso chegar. Você pode, você deve e temos que mudar a história. Essa Conferência é motivo de muito orgulho porque vamos mostrar a força da mulheres advogadas paranaenses e de todo o Brasil”, destacou.
A presença de mulheres negras também é essencial para alcançar uma representação mais inclusiva, justa e equitativa na advocacia. E o Paraná é exemplo nessa pauta e tem a conselheira federal Silvana Niemczewski como referência dentro do Sistema OAB.
“Minha história tem tudo a ver como o tema da Conferência que fala sobre evolução e protagonismo. E falar sobre a IV Conferência após a paridade de gênero é ainda mais importante, porque vamos mostrar que aqui já estávamos, vamos permanecer e que precisamos de mais mulheres dentro da política de Ordem empenhadas e comprometidas com nossa profissão. Não foi fácil chegar até aqui como mulher negra antes da cotas, porque hoje temos 30% mas muitas vezes parece que a invisibilidade continua porque ela não é vista, não é reconhecida, mas ela sabe que lá no Paraná será reconhecida porque temos o primeiro plano de igualdade racial que foi aprovado em 2015, antes mesmo de se falar em lista de cotas raciais dentro do Sistema OAB, na gestão do nosso então presidente José Augusto Noronha”, disse Silvana. “Essa Conferência será histórica. Já estamos fazendo história e mostraremos a força da advocacia feminina brasileira”, concluiu.
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