O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) concedeu liberdade provisória à doleira Nelma Kodama, acusada por narcotráfico. A decisão foi proferida pelo desembargador Ney Bello, atendendo ao pedido da defesa de Nelma.
Desde sua prisão em abril de 2022, “já perdura por quase dois anos, não tendo sido informado qualquer registro de descumprimento das medidas cautelares impostas”, afirmou o desembargador.
Nelma Kodama, 56 anos, deve seguir uma série de imposições, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com outros acusados e entrega do passaporte em até 24 horas, “considerando as circunstâncias nas quais se efetivou a sua prisão”, destacou o magistrado.
Os advogados de Nelma, Bruno Ferullo e Felipe Cassimiro, elogiaram a decisão, ressaltando que o desembargador Ney Bello “honra o Poder Judiciário pátrio ao proferir uma decisão em habeas corpus que está em total consonância com os valores fundamentais da Constituição Federal”.
Nelma Kodama foi presa em abril de 2022 em um hotel de luxo em Lisboa, Portugal, durante uma operação da Polícia Federal que visava desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico de cocaína. Ela é acusada de tentar enviar 580 kg de cocaína para a Europa, parte da droga relacionada ao PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo a Polícia Federal.
Essa não é a primeira vez que Nelma enfrenta a justiça. Ela foi a primeira delatora da Operação Lava Jato e foi presa anteriormente em março de 2014, no aeroporto internacional de São Paulo, quando tentava embarcar para Milão, na Itália, com 200 mil euros escondidos. Condenada a 18 anos de prisão em 2014, Nelma teve sua pena extinta em 2017 após um indulto de Natal concedido pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).
Redação, com informações do Uol