O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, revelou que os fugitivos da penitenciária de segurança máxima em Mossoró podem estar atualmente em um perímetro de até 15 quilômetros da unidade prisional. Ele destacou que a região em que os dois se encontram é densamente coberta por mata, o que tem dificultado as operações de localização.
No entanto, ele afirmou que as autoridades acreditam que os foragidos ainda permanecem na área, pois não foram identificados veículos que os tenham ajudado na fuga. “Houve registro de furto e roubo de comida e roupas em uma casa próxima, o que pode estar relacionado aos detentos”, acrescentou, ressaltando a importância de permanecer vigilante na busca pelos fugitivos.
Em entrevista coletiva, o ministro detalhou as medidas tomadas pelo Ministério desde o momento em que foi informado da fuga dos detentos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça da unidade de segurança máxima, na madrugada desta quarta (14). Em resposta à situação, Lewandowski designou um interventor para assumir o comando da gestão do presídio, que teve a direção afastada na noite desta quarta-feira.
Lewandowski disse que a fuga foi um “episódio fortuito” e atribuiu o caso a uma reforma que está sendo feita no presídio de Mossoró. “Eu quero assegurar a todos que os presídios federais são absolutamente seguros e todos podem continuar confiando nesse sistema”, afirmou.
Medidas e investimentos
De acordo com Lewandowski, um contingente de 300 agentes de segurança foi mobilizado para capturar os fugitivos. “Temos cerca de 100 agentes da PF, mais cerca de 100 da PRF e mais, aproximadamente, 100 agentes das forças policiais locais (militar e civil)”, detalhou o ministro, acrescentando que 13 helicópteros e drones estão sendo utilizados nas operações de busca.
Além das medidas de busca e captura, o governo federal também anunciou investimentos na melhoria dos presídios federais.
Entre as ações planejadas estão a modernização do sistema de videomonitoramento, o aperfeiçoamento do controle de acesso com reconhecimento facial, a ampliação dos sistemas de alarme e sensores, e a construção de muralhas em todas as unidades, utilizando recursos do Fundo Penitenciário Nacional.
Outras medidas adicionais foram anunciadas mais cedo. Veja quais são elas:
- Presença em Mossoró: Determinou a ida do secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, acompanhado de uma equipe de seis servidores, para Mossoró, com o objetivo de realizar uma investigação presencial dos fatos e tomar as medidas administrativas necessárias.
- Investigação pela Polícia Federal: Acionou a Direção-Geral da Polícia Federal para abrir investigações e deslocar uma equipe de peritos para o local da fuga. Mais de 300 agentes estão engajados nas operações de busca e recaptura dos fugitivos.
- Mobilização das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco): Ordenou a mobilização das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado, que envolvem as polícias federais e estaduais, para colaborarem na localização e prisão dos foragidos.
- Registro na Interpol: Instruiu a Polícia Federal a registrar os nomes dos fugitivos no Sistema de Difusão Laranja da Interpol e a incluí-los no Sistema de Proteção de Fronteiras, para que sejam procurados pela comunidade policial internacional.
- Monitoramento das Rodovias pela Polícia Rodoviária Federal (PRF): Mobilizou a Polícia Rodoviária Federal para realizar o monitoramento das rodovias sob sua jurisdição e fornecer suporte às operações de recaptura dos detentos.
- Revisão de Protocolos de Segurança: Determinou uma imediata e abrangente revisão de todos os equipamentos e protocolos de segurança nas cinco penitenciárias federais, com o objetivo de fortalecer as medidas de controle e prevenção de fugas.
Com informações do Diário do RN