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Justiça bloqueia bens de suspeito de desviar R$ 10 milhões de sistema de devolução de armas

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A Justiça bloqueou os bens do ex-funcionário terceirizado do setor de tecnologia da Polícia Federal preso preventivamente por suspeita de desviar mais de R$ 10 milhões do Sistema Desarma do Ministério da Justiça. O mandado foi cumprido no bairro Tarraf, em São José do Rio Preto (SP).

Dentre os bens indisponibilizados estão contas bancárias, três imóveis e um veículo. Segundo o delegado responsável pelo caso, Gustavo Andrade de Carvalho Gomes, o objetivo de bloquear os bens é tentar recuperar parte do dinheiro que Tiago sacou ao fazer a inclusão fraudulenta de aproximadamente 27 mil armas fictícias no sistema.

As investigações da PF, que começaram em 2022, apontaram que o ex-funcionário cometeu os crimes entre janeiro de 2018 e março de 2023. Contudo, ele trabalhou no setor de tecnologia da polícia entre 2008 e 2013.

Ainda segundo o delegado, a PF também investiga a esposa desse ex-funcionário, já que há suspeita de que ela sacava o dinheiro desviado em caixas eletrônicos. Na manhã de sexta-feira (22), ela prestou depoimento na delegacia.

“Não só ela fazia os saques. O objetivo da investigação é tentar identificar outras pessoas que estejam envolvidas. Tudo indica que ele era o responsável pela inclusão nos sistemas, e, para realizar os saques, ele contava com outras pessoas”, informou o delegado.

A entrada das armas no Desarma é feita nas unidades da PF. Com a entrega, o cidadão é indenizado pelo Governo Federal em valores que variam de R$ 150 a R$ 450, a depender do tipo de arma.

Durante a investigação, a Polícia Federal constatou que Tiago possuía uma senha de acesso ao sistema e a usava para fazer a inscrição de armas fictícias. Em cada devolução, ele recebia o voucher, que variava de R$ 150 a R$ 300.

Na operação, foram cumpridos um mandado de prisão e outros dois de busca e apreensão. Na casa de Tiago, foram apreendidas três armas de fogo, computadores e mídias de armazenamento.

A PF vai investigar o agente da polícia suspeito de fornecer a senha do sistema ao preso. Tiago foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP).

Ele responderá pelo crime de estelionato majorado, cuja pena prevista de prisão é de um a cinco anos, aumentada em um terço por ter sido praticado contra o Estado.

Com informações do G1

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