O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a Unimed de Franca, no interior paulista, a pagar uma indenização de R$ 50 mil, além de juros e correção monetária, por um suposto erro médico que aconteceu em 2019 no Hospital São Joaquim, administrado pela empresa. A unidade de saúde retirou um dos úteros de uma paciente sem necessidade, segundo informações divulgadas pela Folha de São Paulo.
De acordo com o relato da paciente à Justiça, uma médica disse que havia encontrado um “mioma” no ovário esquerdo da mulher. Informada que não seria possível, visto que a paciente tinha retirado seu ovário esquerdo aos 15 anos, e questionada se não seria o útero esquerdo — a paciente tinha útero duplo —, a médica insistiu e retirou o “mioma”.
Exames posteriores confirmaram que, de fato, se tratava do útero esquerdo. Nos autos do processo, a mulher afirmou que o erro médico provocou um quadro de hemorragia e embolia pulmonar, e embora tivesse sangrando no quarto do hospital, recebeu alta médica e só não morreu porque retornou e “insistiu muito para ser internada” — o plantonista teria diagnosticado o quadro como “dor lombar”.
O relator do processo, desembargador Valentino Aparecido de Andrade, afirmou que a Unimed não apresentou provas de que a paciente havia concordado com o procedimento, assim como não ficou provado a necessidade da retirada do órgão. A empresa, no entanto, garantiu que não houve erro médico e que a paciente teria autorizado verbalmente ao ser alertada sobre os riscos futuros que poderiam ocorrer, como dores, gangrena e infecção.
Procurada, a Unimed Franca diz que respeita o entendimento do Tribunal de Justiça de São Paulo, mas que irá recorrer da decisão. “A empresa reafirma que não houve falha profissional no atendimento à paciente”, afirma a nota.
