O médico oftalmologista Diego Sampaio já teve R$ 4,1 milhões bloqueados em ações judiciais de pessoas e empresas que buscam reaver valores referentes a investimentos que supostamente seriam feitos pelo médico, principalmente em fundos de investimento e bolsas de valores. O valor exato dos débitos ainda não são conhecidos, mas já há 15 processos somente na primeira instância tratando sobre o caso.
Diego Sampaio está sendo processado e investigado por supostas irregularidades no gerenciamento de investimentos de terceiros. O médico prometia rendimentos de aproximadamente 1,5% ao mês, na maioria dos casos, e também prometia a devolução imediata dos valores investidos caso fosse da vontade dos investidores. Porém, uma enxurrada de ações surgiram contra a atuação do médico e sua empresa que trata sobre os investimentos.
As queixas dos clientes são de que os valores não estavam sendo devolvidos pelo médico após a solicitação. Uma das pessoas que se colocam como vítima de Diego Sampaio é a própria sogra. Diana de Souza Sisson e sua empresa, a Akesse Indústria e Comércio do Nordeste, foram clientes de Diego Sampaio desde junho de 2021, quando aportaram recursos para ter uma renda de aproximadamente 1,5% ao mês sobre a verba investida.
A sogra do médico não conseguiu, ainda, o bloqueio dos valores pagos à empresa do médico, que somam R$ 4,8 milhões. Houve um acordo judicial, mas houve o descumprimento por parte de Diego Sampaio. Por isso, há nova ação para bloqueio e execução, mas o médico ainda não havia sido citado nesse caso até esta terça-feira (14).
Por outro lado, nove decisões determinaram, juntas, o bloqueio de R$ 4,1 milhões em patrimônio e contas do médico. Há dois bloqueios de R$ 1,2 milhão e outros sete que variam entre R$ 157 mil e R$ 350 mil.
Até o momento, porém, a defesa do médico disse que ele não se manifestaria fora dos processos judiciais.
Irregularidades
Segundo advogados de outras vítimas, na maioria da classe médica, a maior parte dos investidores confiavam na pessoa de Diego Sampaio e, por isso, sequer observaram que ele teria uma atuação “irregular e duvidosa”, sem qualquer autorização ou registro no Banco Central e CVM para atuar com os investimentos.
Um dos advogados que atua em caso onde já houve decisão pelo deferimento e execução de bens do médico afirma que ele explicou que perdeu o dinheiro fazendo os investimentos e que acumulou prejuízos, principalmente pela queda da bolsa e os muitos saques que teriam ocorrido. Contudo, a versão não é considerada confiável porque, segundo o advogado, o médico não poderia operar como trader nem como alguém que pudesse custodiar dinheiro de terceiro. Além disso, o advogado disse que o médico, até o momento, não comprovou que fez as operações financeiras, sem mostrar qualquer extrato.
A Polícia Civil, através da Delegacia de Defesa do Consumidor, foi acionada está atuando no caso.