O desembargador Fábio Brasil Nery foi empossado solenemente no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) em sessão realizada na tarde desta quinta-feira (09/11) e presidida pelo desembargador Fabio Clem de Oliveira.
Na cerimônia, o novo integrante da Corte capixaba foi conduzido ao Salão Pleno pelo decano, desembargador Pedro Valls Feu Rosa, e pela mais recente desembargadora, Débora Maria Ambos Corrêa da Silva.
E para marcar este importante momento, logo após a execução do Hino Nacional e do Hino do Espírito Santo pela Banda da Polícia Militar, o desembargador Fábio Brasil ratificou seu compromisso para exercer o cargo e foi agraciado com o Colar do Mérito Judiciário por seus relevantes serviços prestados à Justiça e à cultura jurídica.
O desembargador José Paulo Calmon Nogueira da Gama, a quem coube o discurso de boas-vindas ao desembargador Fábio Brasil, ressaltou que o consenso na escolha do nome do magistrado evidencia o reconhecimento de suas inúmeras virtudes.
“Impetuoso, resolutivo e de personalidade conciliadora, que o credenciam a gestão em qualquer área. Polidez, simplicidade e solidariedade no cotidiano, qualidades de um excelente gestor de pessoas e colega de trabalho. Leveza de espírito que transmite alegria, bom humor e boas vibrações onde quer que esteja”, destacou o desembargador.
“Enfim, diante desse brilhante retrospecto da extensa gama de predicados, não pairam dúvidas que esse Tribunal de Justiça se fortalece com a jovialidade, a sabedoria de um grande magistrado e, acima de tudo, de um ser humano iluminado”, acrescentou Nogueira da Gama.
O empossado agradeceu pelas palavras do desembargador José Paulo Calmon, bem como a todas as pessoas que prestigiaram sua posse e a cada integrante do Tribunal Pleno pela confiança nele depositada.
“Buscarei honrar, atuando incansável e diariamente como um soldado, aquele aprendiz para a construção de um Poder Judiciário melhor, dinâmico, fruto, inclusive, da revolução tecnológica que está em curso na atual gestão”, destacou.
O homenageado também lembrou sua trajetória, desde o ensino médio, quando decidiu que queria ser juiz de Direito, até formado, momento em que deu seus primeiros passos na carreira jurídica, e ao ingressar no Judiciário, quando fez o juramento em nome dos ingressos.
“Com muita honra, exerci também a advocacia pública e integrei o Ministério Público até que em 30 de março de 1998, uma segunda-feira, neste mesmo recinto, o objetivo foi alcançado, porque naquele dia assumi o cargo de juiz substituto. Quis o destino que eu falasse em nome dos empossados e, por conseguinte, fizesse também por eles o respetivo juramento, o qual, em idênticos termos, na presente oportunidade proferi, tenham certeza, com o mesmo vigor e a mesma determinação de quase 26 anos atrás. A alegria transbordava, a vida e suas belezas, que o diga o inesquecível Gonzaguinha ‘viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz’”, disse Brasil Nery.
“Ademais, penso que todos os juízes sabem o padrão de comportamento que sequer necessitaria de regramento expresso para ser seguido, é inerente ao ofício judicante, o mínimo de bom senso traz a exata compreensão das inúmeras renúncias que devem fazer parte do nosso dia a dia, o próprio juramento revela o norte, distribuir serena justiça e pugnar por seu prestígio e autoridade, prestígio que não tem correlação alguma com glamour ou vaidade, mas que deve decorrer do reconhecimento, da autoridade da qual fomos investidos, autoridade que se faz legítima quando se tem o respeito daqueles que são destinatários dos nossos atos, e respeito advém da crença de que o Estado se faz atuar por alguém que zela pela decência, pela honradez, pelo diálogo, pela paciência em ouvir, pela consciência diária de que em cada feito há um histórico de vida, dramas, de frustrações a merecer toda atenção e cuidado, sem menosprezo a qualquer tipo de demanda. Acrescento que o êxito, neste sentido, passa também pela presença física constante, não basta uma revolução de produtividade em termos numéricos, claro que a celeridade não pode ser esquecida ou ignorada, o trabalho remoto veio para somar, mas não para abolir a essência do Direito, que integra as ciências humanas, a tornar imanente a sensibilidade, a percepção, o cuidado com as pessoas”, completou o novo desembargador.
Carreira
Fábio Brasil Nery foi promovido ao cargo de desembargador pelo critério de merecimento, em sessão realizada no dia 14 de setembro, quando também tomou posse administrativa e passou a compor o Tribunal Pleno.
O magistrado ingressou no Judiciário em 1998, e já ocupou os cargos de juiz assessor especial da presidência e da vice-presidência do TJES, bem como juiz corregedor em dois biênios. Durante seus 25 anos de carreira, também foi convocado para substituir desembargadoras e desembargadores do Tribunal de Justiça em 15 ocasiões.