A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta sexta-feira (20), dois mandados de prisão e 25 de busca e apreensão para investigar o uso indevido de sistema de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial por servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Adversários do ex-presidente, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), advogados, juízes, jornalistas e policiais estão entre os alvos do monitoramento ilegal realizado por servidores da Abin.
Os mandados, dentro da Operação Última Milha, foram expedidas pelo STF. O sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira e que a rede de telefonia teria sido invadida várias vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos.
Foram 25 mandados de busca e apreensão, destes 17 no Distrito Federal (Brasília), um em Goiás (Alexânia), dois em São Paulo (São Paulo e São José dos Campos), dois no Paraná (Curitiba e Maringá), três em Santa Catarina (Florianópolis, São José e Palhoça). Houve ainda dois mandados de prisão preventiva no DF e cinco de afastamento, também no DF.
A ferramenta usada por eles seria a “FirstMile”, comprada sem licitação pelo governo Temer, e permite rastrear o paradeiro de uma pessoa a partir de dados do celular que são transferidos para torres de telecomunicações.