Para celebrar o centenário de criação do primeiro Juizado de Menores da América Latina, o Museu da Justiça apresenta a exposição “Justiça da Infância e da Juventude – 100 anos”.
A partir de documentos e imagens do acervo histórico e cultural do Poder Judiciário, o visitante acompanha as particularidades do pensamento filosófico e social sobre o assunto, durante os últimos 100 anos e as práticas adotadas nos períodos colonial e imperial. Estão expostos livros de registros que pertenceram ao antigo Juizado de Menores, que foram recolhidos, tratados e digitalizados.
“Nós temos que retirar do passado aquilo que não deu certo, para a evolução do futuro. Devemos refletir sobre os erros e não os repetir no futuro. Nós não podemos tratar uma criança ou adolescente como eram tratados antigamente. Hoje temos condições de melhorar ainda mais. Temos que caminhar evoluindo”, destacou o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), desembargador Ricardo Cardozo.
Ao lado do diretor do Museu Imperial, Maurício Vicente Ferreira Júnior, o presidente do TJRJ inaugurou a exposição e percorreu as salas temáticas. “Os museus procuram sempre melhorar a comunicação. Para os acervos serem conhecidos, a apresentação precisa ser de uma forma clara e direta para se comunicar com os diversos públicos. Encontrar esse alinhamento é o grande desafio dos museus e eu creio que o Museu da Justiça está enfrentando e vencendo esse desafio”, destacou o Maurício Júnior.
Magistrados e servidores acompanharam a visita, entre eles, os desembargadores Roberto Guimarães, Renata França, Daniela Brandão e Ana Maria Pereira, e os juízes Renata Guarino Martins, auxiliar da Presidência; Sérgio Luiz Ribeiro de Souza, titular da 4ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca da Capital; e Daniel Konder, presidente do Fórum Nacional da Justiça Protetiva (Fonajup). Também participaram da cerimônia de inauguração a secretária-geral de Administração (SGADM), Jacqueline Leite Vianna Campos; a diretora do Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento (DECCO), Ana Paula Teixeira Delgado; e a diretora do Museu da Justiça, Siléa Macieira.
“Esta exposição representa o reconhecimento de todo um trabalho que tem sido feito ao longo desses 100 anos. É preciso olhar para o que foi conquistado e reconhecer o caminho que ainda temos a percorrer para garantir a prioridade da criança e dos a adolescentes em nosso país”, pontuou a juíza Lysia Maria da Rocha Mesquita, titular da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca da Capital.
Vídeos
Promovida pela Secretaria-Geral de Administração, por meio do Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento, a exposição apresenta toda a identidade visual assinada pela Divisão de Identidade Visual (DIVIS) do Departamento de Comunicação Interna (DECOI).
O visitante também faz uma imersão na história por meio de uma série de vídeos produzidos pela Divisão de Mídia e Audiovisual (DIMAU) do DECOI, com imagens históricas e entrevistas de magistrados e de outros profissionais que trabalham nas varas da Infância, da Juventude e do Idoso.
Roda dos expostos
Uma das atrações da Mostra é a roda dos expostos, doada pela Santa Casa de Misericórdia do Rio, uma das primeiras instituições de acolhimento de menores que receberam a roda dos expostos no Brasil, no século XVIII.
A roda era um sistema trazido de Portugal para as Santa Casas de Misericórdia no Brasil, que eram incumbidas de criar e educar crianças rejeitadas.
Formada por uma caixa dupla de formato cilíndrico, com a janela aberta para o lado externo, a roda tinha um espaço dentro da caixa que recebia a criança.
História
O primeiro juizado da América Latina especializado na assistência, proteção, defesa, processo e julgamento de menores abandonados e em conflito com a lei foi criado pelo Decreto nº 17.943, em dezembro de 1923, no Rio de janeiro, então Distrito Federal. O busto do primeiro juiz, José Candido de Albuquerque Mello Mattos, nomeado em fevereiro de 1924, está exposto na Mostra.
A exposição “Justiça da Infância e da Juventude – 100 anos” está aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 11h às 17h, no Museu da Justiça, na rua Dom Manuel, 29, no Centro do Rio. Entrada franca.