O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por meio da Diretoria Executiva de Desenvolvimento de Pessoas (Dirdep) e da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), realizou a palestra “Promovendo a Saúde Mental na Comarca de Teófilo Otoni”, para magistradas, magistrados, servidores e servidoras da Comarca. O evento foi realizado na sala do Tribunal do Júri, no Fórum Desembargador Eustáquio Peixoto.
A mesa de honra foi composta pelo Diretor do Foro de Teófilo Otoni, juiz Renzzo Giaccomo Ronchi; pelo juiz da 2ª Vara Criminal da comarca de Teófilo Otoni, Emerson Chaves Motta e pelas duas palestrantes do evento; a doutoranda em Psicologia na linha de “Processos Psicossociais” pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas) Dayane Costa de Souza Pena e a enfermeira graduada pela Universidade Vale do Rio Doce (Univale), Merinei Gonçalves de Souza.
O juiz Renzzo Ronchi ressaltou a importância de cuidar da saúde emocional, que engloba um conceito muito mais amplo do que o imaginado. “O Poder Judiciário possui muitas metas quantitativas e para atingir essas metas muitas vezes renunciamos à saúde, porque sempre queremos fazer um serviço melhor. Saúde mental é importante para que saibamos os nossos limites. É realmente importante cuidar da vida pessoal. O trabalho não pode nos adoecer”, disse.
A iniciativa da ação educacional foi da coordenadora do Núcleo da Ejef na Comarca de Teófilo Otoni, juíza Aline Gomes Santos Silva, que não pôde comparecer, mas gravou um vídeo para os participantes agradecendo as presenças, o apoio para a realização e falou sobre a importância da gestão de pessoas e de se viver o presente, aproveitar a jornada do hoje e não apenas viver em função do futuro. A organização do evento foi realizada pela servidora da administração da direção do Foro, Cristiane Achtschin Ribeiro.
Em suas apresentações, as palestrantes, a psicóloga Dayane Costa de Souza Pena e a enfermeira Merinei Gonçalves de Souza abordaram os temas saúde mental no Brasil e no trabalho.
Elas trataram das repercussões da pandemia e dos novos modelos de trabalho que surgiram a partir daí, além de autoestima e valorização da vida. Também discorreram sobre o trabalho desenvolvido pelo Centro de Valorização da Vida (CVV). Os índices de depressão no país também foram lembrados, pois a doença está em quarto lugar entre as principais causas de gastos econômicos na saúde.
A Síndrome de Burnout mereceu destaque, por ser uma doença desencadeada pelo excesso de trabalho, causando distúrbios emocionais resultantes de situações desgastantes que demandam muita competitividade e responsabilidade. Os afastamentos para tratamento, nesses casos, passaram a criar algumas situações de sobrecarga com os colegas que tiveram que assumir as responsabilidades e a diminuição de empatia entre as equipes.
Após as palestras, foi realizado um breve debate entre servidores e magistrados sobre preconceitos em relação aos afastamentos por questões relacionadas à saúde mental, entre outros temas.