O ex-juiz Sergio Moro conduziu pessoalmente uma série de interrogatórios que tinham como alvo ministros do Superior Tribunal de Justiça, integrantes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região e do Tribunal de Contas do Paraná.
Todas essas autoridades, legalmente, não poderiam ter sido alvo de apuração na primeira instância, onde Moro atuava.
Procurado, o ex-juiz diz que “nenhuma autoridade com foro foi investigada” e que as suspeitas eram de tráfico de influência de terceiros, advogados que vendiam facilidade sem que houvesse participação dos ministros.
Ao todo, o blog teve acesso a 234 páginas de depoimentos prestados pelo ex-deputado estadual Tony Garcia, que foi ao Supremo acusar Moro de tê-lo usado para levantar provas contra autoridades que, em tese, não poderiam estar sob a mira da Justiça Federal, mas sim de cortes superiores.
Os depoimentos fazem parte do material entregue pelo ex-deputado e colaborador da Justiça de Curitiba ao ministro Dias Toffoli, do STF. Garcia quer anular o acordo que fez com Moro. Ele diz ter sido usado pelo ex-juiz para cometer ilegalidades.
O primeiro depoimento de Garcia ocorreu no dia 16 de dezembro de 2004, um dia depois de ter assinado o acordo de colaboração.