O requerimento de acareação entre Jair Bolsonaro (PL) e seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid protocolado pela relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), entra na fila onde já estão outros 12 pedidos de confronto entre depoentes.
A solicitação de Eliziane é a única que envolve o ex-presidente. Os outros pedidos de acareação tratam de outros personagens-chave da CPMI, como o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), general Gonçalves Dias, o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Júnior.
A acareação é um procedimento que busca apurar a verdade de uma situação por meio do confronto entre partes, testemunhas ou outros participantes de processo judicial, que prestaram informações prévias divergentes. Desde o começo da CPMI, nenhum requerimento pedindo esse tipo de depoimento foi aprovado.
Além de a aprovação da acareação ser inédita na CPMI, a aproximação do fim do prazo de funcionamento da comissão e o clima entre os membros devem inviabilizar a aprovação do requerimento da relatora.
A última tentativa de realizar uma reunião deliberativa foi no dia 22 de agosto. Sem acordo sobre a pauta e com muitos gritos e acusações entre os participantes, a sessão deliberativa foi cancelada.
Dois dias depois, foram votados apenas os requerimentos de convocação e pedidos de documentos que atendiam a demandas do governo e da oposição, enumerados pelo presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA).
Maia afirmou, na última quinta (14), que só irá votar novos requerimentos de convocação se houver acordo para chamar um representante da Força Nacional. Esse é um pedido da oposição, que alega uma inação da tropa durante a invasão do oito de janeiro.
“Só acontecerá nova reunião deliberativa se houver acordo. Fazer uma deliberativa para aprovar apenas os requerimentos da maioria, excluindo qualquer requerimento da minoria é inadmissível. O instituto da CPI é, sobretudo, que tem que primar pelo equilíbrio e pela capacidade de ser justo”, apontou o presidente da CPMI.
Com informações da CNN