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Em recurso à Justiça, Bradesco sugere que o trio da Americanas sabia das fraudes

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Não foi apenas Miguel Gutierrez que partiu com gana para cima de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, acusando-os de ter conhecimento dos problemas financeiros da Americanas desde antes de o episódio das inconsistências contábeis tornar-se público, em janeiro.

Dias antes de o ex-CEO da Americanas enviar sua carta à CPI da Americanas, o Bradesco enviou uma petição ao desembargador Ricardo Negrão, relator na 2ª Câmara Reservada de Direito Penal do TJSP de uma ação que opõe a varejista e o banco, na qual põe em dúvida o desconhecimento do trio sobre fraudes praticadas na contabilidade da empresa.

Num tom entre o irônico e o agressivo, a petição destaca “o controle firme” que os três teriam sobre seus negócios e ataca:

“A despeito desse controle firme exercido pelos três homens mais ricos do Brasil, ninguém teria reparado que, em dez anos, a diretoria havia drenado R$ 40 bilhões do caixa da companhia. Nem mesmo com o rigoroso escrutínio das contas feito no processo de fusão das Lojas Americanas e da B2W, em 2020 (duas companhias abertas, vale frisar, sujeitas à regulação da CVM e do mercado), tampouco com as pormenorizadas análises e precificações feitas quando da realização do follow on da Americanas, também em 2020, os controladores e conselheiros teriam se dado conta do desaparecimento de bilhões e bilhões de reais do caixa da companhia. Ao contrário do que se poderia imaginar, diz agora a Americanas, aqueles sete diretores, sozinhos, teriam conseguido ludibriar os três homens que vez por outra são declarados os maiores administradores e financistas do Brasil, bem como o seu exército de aparentados e homens de confiança que também participavam da gestão da companhia.”

Os advogados do Bradesco vão além. Sugerem também que há um conflito de interesses entre os advogados contratados pelo conselho de administração da Americanas e o trio de acionistas de referência:

“…A defesa elaborada pelos advogados contratados pelos membros do conselho de administração (advogados que, permita-se dizer, são conhecidos por historicamente representar os fundadores do 3G) foi usada, pela companhia, uma sociedade de capital aberto, envolvida na maior fraude corporativa do mercado brasileiro, para, em um fato relevante (a referência aqui é ao fato relevante de 13 de junho, em que a empresa diz que foi vítima de uma fraude praticada pela antiga diretoria), eximir de qualquer suspeita aqueles mesmos conselheiros e os controladores.”

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