O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, vai prestar depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (25) em um inquérito que apura as ações do hacker Walter Delgatti Neto contra sistemas da justiça.
O depoimento está marcado para começar às 14h e ocorrerá em Brasília, onde o militar está preso suspeito de envolvimento em um esquema de fraude em cartões de vacinação de familiares e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Conhecido como “hacker da Vaza Jato”, por ter vazado mensagens de diversas autoridades envolvidas na operação Lava Jato, Walter Delgatti está preso desde o dia 2 de agosto por invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O objetivo das ações seria levantar suspeitas sobre a Justiça e o processo eleitoral brasileiro. O hacker afirma ter sido contratado pela deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) com essa finalidade.
Em depoimento à PF, Delgatti disse que Bolsonaro teria feito questionamentos a ele, em um encontro no Palácio da Alvorada em agosto de 2022, sobre possibilidade de invasão às urnas eletrônicas.
Como ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid acompanhava o ex-presidente nas suas atividades e também cuidava de suas agendas.
Além do envolvimento no esquema de fraudes em cartões de vacinação, o tenente-coronel é suspeito de irregularidades na venda de presentes de luxo dados ao ex-presidente.
Nesta sexta-feira, é comemorado o Dia do Soldado. Em um discurso em cerimônia no Quartel-General do Exército em Brasília, o comandante da instituição, general Tomás Paiva, afirmou que “desvios de conduta” serão “repudiados e corrigidos”.
O general não se referiu a nenhum militar especificamente, mas a declaração ocorre em um momento no qual vários integrantes do Exército, da ativa e da reserva, que atuaram na gestão Jair Bolsonaro estão sendo investigados pela PF.