A catarinense Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, de 67 anos, está entre os 70 nomes que começaram a ser analisadosnesta segunda-feira (14) e que podem se tornar réus por participação nos ataques golpistas de 8 de janeiro em Brasília. Conhecida como “Fátima de Tubarão”, em alusão à cidade do Sul de Santa Catarina onde vive, ela foi presa na operação Lesa Pátria.
Os indícios que levaram à denúncia contra ela são vídeos que a mostram dentro do Palácio do Planalto durante a invasão. As imagens viralizaram e em um dos trechos, quando questionada por outro bolsonarista, ela fala:
“Vamos para a guerra, é guerra agora. Vamos pegar o Xandão agora”, fazendo referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Além da referência ao ministro, Fátima declara em outro vídeo que “estava quebrando tudo”.
O próprio ministro Alexandre de Moraes foi o relator do processo que votou por tornar réus Fátima e os outros 69 investigados. As denúncias partiram da Procuradoria-Geral da República (PGR).
“São inconstitucionais as condutas e manifestações que tenham a nítida finalidade de controlar ou mesmo aniquilar a força do pensamento crítico, indispensável ao regime democrático, quanto aquelas que pretendam destruí-lo , juntamente com suas instituições republicanas, pregando a violência, o arbítrio, o desrespeito à Separação de Poderes e aos direitos fundamentais, em suma, pleiteando a tirania, o arbítrio, a violência e a quebra dos princípios republicanos, como se verifica pelas manifestações criminosas ora imputadas ao denunciado”, escreveu Moraes.
Após o voto do relator, os ministros da corte iniciaram nesta segunda-feira a votação, que ocorre de maneira remota.