A distribuição dos absorventes angariados pela iniciativa Dignidade Menstrual, desenvolvida pelo Poder Judiciário de Santa Catarina nos períodos de maio e junho deste ano, ganhou força nos últimos tempos.
Na jurisdição de Itaiópolis, no norte de SC, foram reunidos 48 pacotes. Os funcionários encarregados da campanha local realizaram a transferência para o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) que atua no município-sede.
A organização auxilia famílias em estado de vulnerabilidade. A entrega foi realizada em pessoa pelo magistrado Gilmar Nicolau Lang, líder do fórum da jurisdição, acompanhado pelo forense social assistente. A secretária da administração municipal de Assistência Social participou do ato.
Já no Meio-Oeste, a comarca de Catanduvas repassou 336 absorventes para o abrigo Associação Patronato Anjo da Guarda. A comarca foi representada pelo juiz Leandro Ernani Freitag, pela assistente social Tânia Regina Schmietke Czech e pela chefe de secretaria do foro, Eunice Poier Basso. A presidente do abrigo, Denise Menegat, foi quem recebeu a doação com grande alegria.
No Extremo Oeste, a comarca de São Miguel do Oeste arrecadou 78 pacotes que totalizaram 1.626 unidades de absorventes. A oficial da Infância e Juventude Jocieli Lucia Scariot fez a entrega para o CRAS do município – instituição selecionada pela comarca para ser beneficiada.
Também na região oeste, a jurisdição do Quilombo se mobilizou e obteve 544 absorventes. As doações foram voluntárias para o CRAS da localidade. Participaram da entrega o magistrado Eduardo Felipe Nardelli, diretor do foro; o chefe de secretaria do foro, Edson Francisco Pegoraro; a assistente social forense Alessandra Minosso Winck; a psicóloga do CRAS, Amoni Rosset; e a assistente social do CRAS, Loreci Albani Dall’Acqua.
A Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CEVID), a Coordenadoria Estadual da Infância e da Juventude (CEIJ) e a Diretoria de Saúde do TJSC estiveram à frente da campanha Dignidade Menstrual. Além de dar visibilidade ao tema e combater a desinformação, a campanha arrecadou absorventes descartáveis que, agora, são distribuídos para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
A pobreza menstrual é definida pela falta de acesso à higiene pessoal durante o período menstrual, quer por carência de recursos financeiros, de infraestrutura ou até mesmo de compreensão. Este desafio é ampliado por fatores ligados às desigualdades étnicas, sociais e de renda. Uma família em situação de vulnerabilidade, por exemplo, tende a direcionar uma parte menor do seu orçamento para produtos de higiene, frente aos gastos com alimentação. Consequentemente, o processo biológico de menstruação acaba por se tornar mais um fator de desigualdade de oportunidades entre os sexos.