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Twitter vai à Justiça contra organização que monitora discursos de ódio na internet

jurinews.com.br

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No último ano, Elon Musk já ameaçou com ações legais concorrentes de tecnologia, funcionários e pessoas que usam o Twitter, plataforma de mídia social da qual é proprietário e que recentemente foi rebatizada de X.com. Agora, o alvo é a Center for Countering Digital Hate (Centro de Combate ao Ódio Digital, em português), uma organização sem fins lucrativos que monitora o discurso de ódio e a desinformação na internet. 

  • Na segunda-feira, a X Corp, empresa controladora da plataforma de mídia social, abriu um processo no Tribunal Federal de São Francisco, no qual alega que a ONG está ilegalmente “varrendo” seus servidores e selecionando postagens questionáveis como parte de “uma campanha de intimidação para afastar anunciantes”. 

Na ação, a X Corp. está buscando danos monetários não especificados e uma liminar que impeça o centro de acessar seus dados. 

Os anunciantes fugiram da plataforma desde que Musk a comprou por US$ 44 bilhões no ano passado e começou a fazer mudanças, incluindo a reintegração de usuários anteriormente banidos, a demissão de moderadores de conteúdo, a remoção de regras sobre o que pode ou não ser dito no serviço e mais anúncios com jogos de azar on-line e produtos à base de maconha. 

No dia 20 de julho, a empresa de Musk enviou uma carta acusando a ONG de fazer “uma série de afirmações preocupantes e sem fundamento que parecem calculadas para prejudicar o Twitter em geral e seu negócio de publicidade digital especificamente” e ameaçando processá-la. 

A carta citava uma pesquisa publicada pelo Center for Countering Digital Hate em junho, examinando o discurso de ódio no Twitter, que foi rebatizada de X.com por Musk. A pesquisa consistia em oito artigos, incluindo um que constatava que a plataforma de mídia social não havia tomado nenhuma medida contra 99% das 100 contas do Twitter Blue que o centro denunciou por “tuitarem ódio”. 

A X.corp chamou a pesquisa de “falsa, enganosa ou ambas” e disse que a organização havia usado uma metodologia inadequada. E acrescentou que o centro foi financiado pelos concorrentes do Twitter ou por governos estrangeiros “em apoio a uma agenda oculta”. 

“O público tem o direito de saber se e como a liderança de @ElonMusk levou a mais discursos de ódio no Twitter”, tuitou a organização sem fins lucrativos na segunda-feira, depois que a X Corp. ameaçou processá-la. 

“Ao nos ameaçar, Musk está tentando esconder a verdade sobre seus próprios fracassos. As plataformas devem ser responsabilizadas por espalhar ódio e mentiras”, acrescentou o grupo. 

O centro também disse que “não aceitou nenhum financiamento de empresas de tecnologia, governos ou suas afiliadas”. 

– As ações de Elon Musk representam uma tentativa descarada de silenciar críticas honestas e pesquisas independentes – afirmou Imran Ahmed, CEO do Center for Countering Digital Hate, que acrescentou que Musk queria “conter a maré de histórias negativas e reconstruir seu relacionamento com os anunciantes”. 

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