A Justiça do Trabalho condenou duas empresas a pagar R$ 600 mil em danos morais à família de Marcelo Ribeiro. O pedreiro morreu aos 48 anos após cair do telhado de uma loja durante obras em Praia Grande, no litoral de São Paulo. A filha dele disse que o pai não estava preparado para atuar no topo de construções e que o acidente ocorreu no terceiro dia de trabalho dele. A decsião cabe recurso.
A sentença é do juiz Francisco Charles Florentino de Sousa, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. Marcelo Ribeiro caiu do telhado de uma unidade da DPaschoal, loja de peças para automóveis, localizada no bairro Guilhermina, em novembro de 2021. O pedreiro havia sido contratado pela WDS, companhia de gerenciamento de obras, para fazer o serviço.
“A decisão foi um alívio para a gente”, desabafou Noemia Gonçalves, filha do pedreiro que será beneficiada pela sentença junto com a mãe e dois irmãos. “É a esperança de um novo recomeço. Nada substitui ele, mas, no mínimo, podemos ter um pouco de estrutura”.
Segundo o advogado Fabricio Posocco, que representa a família de Marcelo, a vítima morreu após cair de uma altura de mais de sete metros. O pedreiro chegou a ser levado ao Hospital Irmã Dulce, também em Praia Grande, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte à queda.
“Me sinto péssima porque ele já falava sobre insegurança”, disse a filha.
De acordo com Noemia Gonçalves, filha da vítima, o pai não estava preparado para trabalhar em construções altas e, inclusive, havia recebido um ‘falso certificado’ da empresa que o contratou. O suposto documento, segundo ela, servia para ‘comprovar’ a experiência dele neste tipo de serviço.
“Ele acreditou que seria dado um curso de capacitação e, com isso, teria mais uma opção de trabalho”, lembrou. “Ele já vinha falando sobre insegurança […] Durante o processo, tive que ouvir áudios dele pedindo tábuas e ‘madeirites’ porque não tinha sequer um andaime. Foi muito triste.”