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Doleiro vai ao CNMP contra 12 procuradores da “lava jato” do RJ

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O doleiro Cláudio Souza, conhecido como Tony, que foi preso em 2017, apresentou um pedido de providências ao Conselho Nacional do Ministério Público contra 12 procuradores da extinta “lava jato” do Rio de Janeiro. Ele alega ter sido coagido a fazer uma delação envolvendo o também doleiro Dario Messer depois de ser detido preventivamente. Tony foi preso em 3 de março de 2017, ao desembarcar no aeroporto de Montevidéu, no Uruguai.

O principal alvo do pedido de providências é o ex-coordenador da “lava jato” do Rio, o procurador Eduardo Ribeiro Gomes El Hage. Além dele, o pedido também menciona os procuradores Rodrigo Timóteo, Sergio Luiz Pinel, Rafael Barretto, Lauro Coelho, Jesse Ambrosio, Leonardo Cardoso, José Augusto Simões Vagos, Fabiana Keylla Schneider, Stanley Valeriano da Silva, Marisa Varotto e Felipe Almeida.

De acordo com a petição, Tony recebeu a visita do advogado brasileiro Márcio Delambert logo após ser preso, quando ainda desconhecia as razões de sua detenção. O doleiro afirma que, nessa ocasião, o advogado afirmou que ele deveria fazer uma delação para resolver sua situação. Segundo Tony, o advogado já estava em contato com os membros da então temida força-tarefa da Operação Lava Jato.

No pedido de providência, Tony alega que o advogado tinha conhecimento detalhado do caso e afirmou que a única saída viável para ele seria firmar um acordo de colaboração premiada. Posteriormente, ao ler sua denúncia e perceber a falta de elementos robustos contra si, Tony questionou o advogado sobre a possibilidade de entrar com um pedido de Habeas Corpus, mas recebeu uma resposta negativa.

Tony alega que, diante da insistência e ainda sem clareza sobre os motivos de sua prisão, acabou concordando em assinar um acordo de delação. A partir desse momento, segundo ele, procuradores da “lava jato” passaram a visitá-lo, incluindo El Hage, ainda no Uruguai. Na visita, a força-tarefa teria indicado quais pessoas deveriam ser mencionadas na delação, incluindo Messer, os doleiros Sergio Mizrahy e Jorge Davies, empreiteiras e políticos, como o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Tony afirma ter sido vítima de um método medieval utilizado frequentemente pela força-tarefa da “lava jato”, no qual a prisão preventiva era usada como forma de tortura para enfraquecer a resistência dos detidos.

O doleiro foi preso por suspeita de lavagem de dinheiro em um esquema de corrupção envolvendo o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, na operação “câmbio, desligo”. Ele só foi transferido para o Brasil em dezembro de 2017 e, após fechar o acordo de delação, passou a cumprir pena em regime domiciliar. Além de entregar informações sobre alvos da “lava jato” em sua delação, Tony afirma ter sido obrigado a pagar uma multa de US$ 1,5 milhão.

No pedido enviado ao CNMP, Tony solicita a aplicação de medidas disciplinares contra os procuradores da “lava jato” do Rio e pede para ser ouvido pelo Conselho a fim de fornecer mais detalhes sobre o que narrou no pedido de providências. Ele também solicita que o caso seja mantido em sigilo e que seu acordo de colaboração seja preservado. O doleiro é representado pelo advogado Jefferson de Carvalho Gomes neste caso.

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