A Justiça do Acre aceitou a denúncia contra o advogado Thalles Damasceno Magalhães de Souza, que foi preso na Operação Tricoat III da Polícia Federal. Ele é suspeito de vazar informações sigilosas relacionadas a uma investigação contra uma organização criminosa. Na mesma decisão, a Vara de Delitos e Organização Criminosa de Rio Branco revogou a prisão preventiva do advogado.
Thalles Damasceno estava detido no Batalhão de Operações Especiais (Bope) desde o dia 3 de maio deste ano. Além dele, um ex-estagiário da Justiça, também envolvido no esquema investigado pela PF, tornou-se réu no processo e teve sua prisão revogada.
O advogado de Thalles Damasceno, Fábio Josep, afirmou que não pode comentar sobre o assunto.
A investigação teve início logo após a deflagração da Operação Tricoat II, que ocorreu em 27 de abril no Acre e outros seis estados. Essa operação desmantelou um esquema liderado por um advogado que buscava obter informações sigilosas em troca de vantagens financeiras.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações indicam que o advogado, munido de informações sensíveis, teria tentado receber pagamentos de indivíduos investigados, com o intuito de impedir e atrapalhar as investigações em curso. O ex-estagiário da Justiça teria auxiliado no vazamento das informações.
Com base nos fatos apurados, os envolvidos podem ser indiciados pelos crimes de participação em organização criminosa, além de obstrução e embaraço de investigação criminal. A soma das penas pode chegar a 16 anos de prisão.
A Operação Tricoat II tinha como objetivo principal combater o tráfico interestadual de drogas e a lavagem de dinheiro.
Na ocasião da prisão do advogado, a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Acre (OAB-AC), informou que acompanhou o cumprimento dos mandados de busca e apreensão realizados em sua residência e escritório, bem como a prisão e a apresentação das provas na sede da delegacia responsável pelo caso, conforme as prerrogativas da advocacia.