A Justiça Militar aceitou a denúncia contra um coronel do Exército que proferiu ofensas contra oficiais generais e o Alto Comando do Exército durante atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro, em Brasília. O vídeo em que o coronel Adriano Camargo Testoni insulta militares viralizou nas redes sociais, levando à sua exoneração do Hospital das Forças Armadas dias depois.
No vídeo, o coronel aparece ao lado de uma mulher que tenta proteger os olhos das bombas de efeito moral lançadas pelas forças de segurança para dispersar os bolsonaristas radicais que invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto. Ele insulta as Forças Armadas, proferindo palavras ofensivas contra elas: “Forças Armadas filhas da p. Bando de generais filhos da p. Vão [sic] tudo tomar no c. Vanguardeiros de m.”, declara o militar.
A decisão de aceitar a denúncia foi proferida pela juíza federal Flávia Ximenes Aguiar De Sousa, titular da 1ª Auditoria Militar de Brasília. Segundo a decisão, o coronel cometeu o crime de injúria e também ofendeu as Forças Armadas.
Ao denunciar o coronel, o Ministério Público Militar (MPM) solicitou a aceitação da denúncia apenas pelo crime de injúria. A promotora de justiça militar, Andréa Blumm, não considerou que houve o crime de ofensa às Forças Armadas.
Ao receber a acusação contra o coronel, a juíza federal da Justiça Militar Flávia Ximenes fundamentou sua decisão no sentido de que o acusado, em tese, insultou verbalmente as Forças Armadas, os generais, o Alto Comando e o Exército, de maneira injuriosa, prejudicando a reputação dos membros dos órgãos superiores do Exército Brasileiro.
Segundo a magistrada, apesar de o discurso do oficial ter alcançado repercussão nacional, não ficou evidente a intenção de efetivamente ofender a dignidade das Forças Armadas ou abalar sua imagem perante o público nacional. Ficou mais claro que a indignação expressa estava direcionada aos seus colegas da Turma de 1987.
