O canal do YouTube do Congresso Geral da União de Mocidades das Assembleias de Deus de Brasília (UMADEB) apagou o vídeo em que o pastor David Eldridge, dos Estados Unidos, fez declarações ofensivas afirmando que homossexuais têm “reserva no inferno”. Essa ação foi tomada em cumprimento a uma determinação do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) emitida no dia 2 de junho, que estabeleceu uma multa diária de R$ 50 mil caso o vídeo não fosse removido.
O discurso homofóbico ocorreu durante um evento da igreja realizado em 19 de fevereiro no Parque da Cidade, em Brasília. Durante o encontro, que contou com o apoio do governo do Distrito Federal, o pastor afirmou aos fiéis que todas as pessoas homossexuais, bissexuais e transgênero têm uma “reserva no inferno”.
A ação que levou à remoção completa do vídeo da internet foi movida pela Aliança Nacional LGBTI e pela Associação Brasileira De Famílias Homotransafetivas (Abrafh). Os autores buscavam a condenação da igreja por danos morais coletivos, além da remoção dos conteúdos publicados.
A juíza Lívia Lourenço Gonçalves, responsável pelo caso, destacou que, embora a Constituição Federal garanta a liberdade de expressão e manifestação religiosa, “é inegável que o exercício desse direito deve ser ponderado com outros direitos de igual relevância, como os relacionados à igualdade e aos atributos da personalidade dos indivíduos”.
“A divulgação de vídeos do evento contendo um suposto discurso de ódio contra uma comunidade específica, baseados em supostas interpretações religiosas que, em grande parte, também não refletem o espírito cristão, pode, em teoria, fomentar atitudes discriminatórias e violentas por parte dos fiéis contra pessoas integrantes da comunidade LGBT+, o que não é admissível”, afirmou a magistrada.
