O corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, inspecionará a 13ª Vara Federal de Curitiba e fará uma visita ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, nos próximos dias. Os órgãos são responsáveis pelos processos relacionados à Operação Lava-Jato e estão no centro de polêmicas em torno do afastamento do juiz federal Eduardo Appio.
Em portaria, datada do fim de maio, está autorizada a correição extraordinária na 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba/PR e nos gabinetes dos desembargadores integrantes da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. O documento autoriza ainda a oitiva de servidores e magistrados, inclusive com a possibilidade de recolher os celulares das pessoas, se necessário.
“Intime as pessoas indicadas a comparecer presencialmente na data e hora assinaladas, cuidando da incomunicabilidade das que serão ouvidas, inclusive com recolhimento de celulares, ou, no caso de absoluta impossibilidade de comparecimento, que sejam inquiridas por videoconferência”, traz a portaria.
ENTENDA O CASO
O juiz federal Eduardo Appio foi afastado pelo TRF-4 sob a acusação de ter telefonado para o filho do desembargador Marcelo Malucelli para fazer supostas ameaças.
A Polícia Federal afirma que, em uma escala entre três e quatro, as chances de ser a voz de Appio na ligação são de três. No entanto, uma outra perícia, independente, apontou que não se trata do juiz.
O afastamento ocorreu logo após ele afirmar que convocaria o deputado cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) para depor e que colocaria o advogado Tacla Duran no programa de proteção à testemunha. Este afirma ter sido procurado por um advogado próximo do ex-juiz Sergio Moro, atual senador pelo Podemos-PR, com pedido de propina para que ele não fosse condenado na Lava-Jato.
No lugar de Appio, está a juíza Gabriela Hardt, que após a polêmica, pediu transferência para Santa Catarina.
Redação, com informações do Estado de Minas