Nos próximos dias, a Justiça de São Paulo tomará uma decisão sobre se o policial militar Henrique Velozo, acusado de assassinar o lutador de jiu-jitsu Leandro Lo no ano passado, irá a julgamento popular.
O crime ocorreu durante um show realizado no Clube Sírio, em São Paulo, na madrugada de 7 de agosto de 2022, quando o policial atirou na cabeça do atleta. Velozo está sendo acusado de homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, uso de arma de fogo e emboscada.
A última audiência do caso foi realizada na terça-feira (23) na 1ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Criminal da Barra Funda.
De acordo com Cláudio Dalledone Júnior, advogado de defesa de Velozo, todas as testemunhas indicadas pela acusação, assim como as da defesa, foram ouvidas. Além disso, o réu foi interrogado.
O advogado afirmou em comunicado que o policial revelou “as circunstâncias que motivaram sua ação defensiva e tudo ficou muito claro”. Dalledone também solicitou que o sigilo do caso seja levantado.
Agora, tanto a defesa quanto a acusação têm um prazo de dez dias para se manifestar. Somente após esse período é que o Tribunal de Justiça decidirá sobre a realização do julgamento.
Testemunhas relataram que, na noite do crime, o lutador de jiu-jitsu estava com cinco amigos no clube, quando o policial, que também pratica artes marciais, se aproximou e começou a provocar o grupo, pegando as bebidas que estavam na mesa. Leandro reagiu e pediu que o policial deixasse o local.
Em seguida, o lutador teria sido confrontado pelo policial, e como resposta, o imobilizou. Segundo relatos, o policial então sacou uma arma e disparou. Ele teria ainda chutado a cabeça de Leandro duas vezes, mesmo ele já estando caído no chão e inconsciente.
O atleta foi socorrido e levado ao Hospital Municipal Arthur Saboya, no Jabaquara, zona sul de São Paulo, mas não resistiu aos ferimentos, tendo a morte cerebral declarada na manhã seguinte.