O recém-nomeado juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, admitiu ter utilizado a identificação eletrônica ‘LUL22’ no sistema processual da Justiça, em referência ao ex-presidente Lula. Segundo ele, essa sigla representava um protesto individual contra a prisão considerada ilegal naquela época.
“Há alguns anos, quando o presidente Lula ainda estava detido, minha sigla de acesso ao sistema da Justiça Federal era ‘LUL22’. Naquele momento, eu trabalhava com assuntos previdenciários e isso foi um protesto isolado, individual, contra uma prisão que eu considerava ilegal. Posteriormente, o STF [Supremo Tribunal Federal] de fato declarou a ilegalidade da prisão”, afirmou.
Appio destacou que sua senha foi um ato de protesto individual, mas ressaltou que não se identifica como filiado ao partido dos Trabalhadores. “Acredito que o atual presidente Lula é uma figura histórica de grande importância para o país. Os erros e acertos [de Lula] serão julgados pelo sistema judicial”, enfatizou.
Em relação aos ataques direcionados a ele, Appio afirmou que não acredita que essas críticas terão consequências. “Neste momento, não acredito que qualquer ataque injusto, de qualquer origem, possa produzir algum efeito real. Minha trajetória acadêmica e profissional sempre foi pautada pela defesa das garantias constitucionais e da prudência necessária que os juízes devem ter em casos de grande impacto”, concluiu.
