As delegadas Nuris Pegoretti e Maria Corsato estão sendo investigadas pela Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo acusadas de favorecer o empresário Thiago Brennand, alvo de quatro pedidos de prisão preventiva, pelos crimes como estupro, tortura, ameaça e cárcere privado. Os procedimentos estão em sigilo.
Uma equipe da Polícia Federal foi até os Emirados Árabes Unidos, onde Brennand está preso, para trazê-lo. Ele deve chegar ao Brasil nos próximos dias.
Nuris Pegoretti é alvo de suspeita de corrupção passiva, pois teria sido paga para induzir o Ministério Público a arquivar o processo contra o empresário, pelos crimes de sequestro e cárcere privado em Porto Feliz (SP), onde a vítima teria sido obrigada a tatuar as iniciais de Brennand.
Em seu relatório, Nuris afirmou que “não se encontrou qualquer registro de violência relevante” na vida de Brennand. O processo chegou a ser arquivado, mas foi reaberto a pedido do MP depois que outras denúncias envolvendo o empresário vieram à tona.
De acordo com publicação do Diário Oficial do Estado de 1º de março, a delegada foi transferida, a pedido, para exercer suas funções no 3º DP de Sorocaba.
Já a delegada Maria Corsato responde a procedimento administrativo instaurado em 2022. Ela investigava uma acusação de que Brennand teria ameaçado e agredido uma cliente da academia de luxo que ambos frequentavam.
A delegada pediu que a apuração fosse mantida em sigilo e comparou o caso ao da Escola Base, em que donos de uma escola e um motorista foram injustamente acusados de pedofilia em 1994.
Pedidos de prisão
Em um dos quatro pedidos de prisão contra Brennand, o empresário é acusado de dopar e estuprar a estudante de Medicina e modelo Stefanie Cohen em um hotel da capital paulista.
No caso em que ele é acusado de tatuar no corpo de uma mulher as iniciais dele, ele também manteve a vítima em cárcere privado. A mulher, que não teve sua identidade divulgada, disse que foi agredida e teve um vídeo íntimo seu divulgado sem consentimento.
Brennand também é acusado de estuprar outra mulher em Porto Feliz, no interior paulista.
Em outro, a acusação é que ele agrediu a modelo Alliny Helena Gomes em uma academia na zona oeste da cidade – a ação foi registrada pelas câmeras de segurança.
No quarto caso, é acusado de corrupção de menores por incentivar o filho menor de idade a ofender a Alliny.
Consta ainda contra ele duas denúncias por agressão e lesão corporal. O empresário teria agredido um garçom e um funcionário no Hotel Fasano Boa Vista. Vídeos mostraram que Brennand deu um tapa no rosto do funcionário e o esganou.
Brennand se diz “injustiçado”
A defesa de Brennand, que publicou vídeo nas redes sociais afirmando que “provavelmente seria preso injustamente”, afirmou que o empresário tinha a intenção de retornar ao país para se apresentar às autoridades brasileiras, sem, no entanto, dizer quando isso ocorreria.
Redação Jurinews