A defesa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, conseguiu adiar o depoimento previsto nesta segunda-feira (24) sobre as operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições. O terceiro interrogatório de Torres estava marcado para 14h.
De acordo com a defesa, a psiquiatra da Secretaria de Saúde do Distrito Federal atestou que o ex-ministro não tem condições de ‘comparecer a qualquer audiência no momento por questões médicas (ajuste medicamentoso), durante 1 semana’.
A Polícia Federal (PF) autorizou que o depoimento seja remarcado. Ainda não há uma nova data prevista para que ele seja ouvido. A investigação é conduzida pelo delegado Flávio Reis.
A prisão preventiva do ex-ministro completa 100 dias nesta segunda. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou na semana passada mais um pedido da defesa para colocá-lo em liberdade.
“Ocorre que, após ter ciência do indeferimento do pedido de revogação de sua prisão preventiva, o estado emocional e cognitivo do requerente, que já era periclitante, sofreu uma drástica piora”, escreveu a defesa representada pelo advogado Eumar Novacki no pedido de adiamento do novo interrogatório.
A prisão foi decretada na investigação sobre o papel de autoridades nos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Ele é o único que permanece preso. O ex-ministro fica em uma Sala de Estado Maior no Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal.
Pessoas próximas afirmam que uma das principais inquietações de Anderson Torres é ficar longe da família. Ele tem três filhas menores de idade que não vê desde que foi preso. Além disso, a mãe passa por um tratamento de saúde.
O ex-ministro já prestou dois depoimentos desde que foi preso. O primeiro, conduzido pela Polícia Federal, foi sobre os atos golpistas na Praça dos Três Poderes e durou dez horas. O segundo interrogatório, sobre a minuta golpista apreendida na casa dele, foi requisitado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).