A Corregedoria Nacional de Justiça iniciou nesta segunda-feira (6) uma correição extraordinária no gabinete do desembargador Marcelo Lima Buhatem, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Atual presidente da Associação Nacional dos Desembargadores (Andes), ele consta em uma lista de 20 juízes suspeitos de espalhar fake news em grupos nas redes sociais e que estão tendo suas condutas apuradas pelo CNJ.
Ele é suspeito de usar o cargo na entidade para fazer discursos elogiosos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, além de divulgar mensagens difamatórias contra ministros do Supremo Tribunal Federal e o presidente Lula, antes da campanha de 2022. O magistrado também é suspeito de ter feito críticas ao sistema eleitoral.
Em outubro do ano passado, o CNJ suspendeu os perfis de Buhatem nas redes sociais por ele, de acordo com a decisão, ter compartilhado material contendo fakenews sobre candidato à Presidência da República, além de outras publicações que supostamente violariam as normativas. “A solução que assegura a devida proteção ao Estado Democrático de Direito impõe a suspensão dos perfis do magistrado, sobretudo em razão da reiteração das condutas, mesmo depois de já instaurado procedimento investigatório nesta Corregedoria”, decidiu o corregedor-nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão.
Segundo a portaria do CNJ que determinou a correição extraordinária, Buhatem não prestou esclarecimentos convincentes sobre as postagens questionadas. Por isso, a Corregedoria Nacional de Justiça decidiu enviar uma equipe ao TJ-RJ para aprofundar as investigações.
O corregedor-nacional de Justiça designou três membros do Tribunal de Justiça de São Paulo para realizar o trabalho de tomada dos depoimentos dos funcionários e dar andamento à investigação. A íntegra do caso segue sob sigilo.
Confira aqui o ato da Corregedoria do CNJ