O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), participou neste sábado (11) de um evento realizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Guararema, interior de São Paulo.
Sem paletó e gravata, e com camisa social dobrada até o cotovelo, Lewandowski participou do seminário “Democracia e Participação Popular”, na Escola Nacional do MST.
Ele era o convidado especial do evento, discursou para os presentes, inclusive integrantes do PT, e plantou uma árvore.
O ministro se sentou ao lado de João Pedro Stédile, uma das principais lideranças do MST.
Em seu discurso, Lewandowski defendeu maior participação popular nas decisões do poder público.
“A democracia está em crise, todos dizem isso. Mas o que está em crise, na verdade é a democracia representativa, liberal burguesa, a democracia dos partidos, na qual, tenho certeza, que nenhum de nós se sente representado adequadamente. Essas crises sucessivas têm uma raiz profunda, que é o sistema político que, de fato, não nos representa”, disse Lewandowski.
Depois, afirmou ser necessário que todos precisam de um norte, de valores, princípios e uma visão de mundo ou uma ideologia. E pregou uma sociedade justa, igualitária e fraterna.
“O que nos une é uma visão de mundo comum. Uma visão na qual o povo é dono do seu destino, com o objetivo de construir uma sociedade mais justa, igualitária e mais fraterna.”
No Supremo desde 2006, o ministro se aposenta no próximo mês de maio, quando completará 75 anos, idade máxima para integrar o plenário da corte. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolherá o substituto.
Entre os participantes do evento estavam os advogados Kenarik Boujikian e Manoel Caetano, indicados por Lula para compor a Comissão de Ética Pública da Presidência.