O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou em seu perfil no Twitter nesta 3ª feira (17) que irá criar o Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas, uma estrutura dentro da pasta para monitorar casos de agressões contra os profissionais da área.
Segundo o ministro, a instalação do observatório acolhe um “pedido das entidades sindicais” da categoria. Afirmou ainda que a estrutura será criada para “dialogar com o Poder Judiciário e demais instituições do sistema de justiça e de segurança pública”.
No domingo (15), a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) anunciou ter enviado representação ao procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitando a investigação dos manifestantes responsáveis por agredir jornalistas durante atos extremistas de direita, em Brasília, no 8 de Janeiro.
Segundo a ABI, foram registrados ao menos 15 ataques a profissionais de imprensa que trabalharam na data. O SJP-DF (Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal e a Federação Nacional de Jornalistas) também repudiou em nota as agressões sofridas por profissionais da imprensa.
“Todos os acontecimentos em curso são resultado da inoperância do governo do Distrito Federal, de setores da segurança pública e das Forças Armadas, que permitiram a escalada da violência e se mostraram coniventes com os grupos bolsonaristas, golpistas, que não respeitam o resultado das eleições, a Constituição e a democracia”, declarou a organização em 8 de janeiro.
Segundo o sindicato, além de agressões físicas, os profissionais foram ameaçados e tiveram equipamentos de trabalho furtados ou avariados. O repórter fotográfico do Poder360, Sérgio Lima, estava entre os agredidos enquanto registrava os atos na frente do prédio do STF (Supremo Tribunal Federal). O profissional foi cercado e teve seus materiais de trabalho atacados pelos radicais, além de sofrer empurrões e ameaças.
INVASÃO AOS TRÊS PODERES
Por volta das 15h de domingo (8), extremistas de direita invadiram o Congresso Nacional depois de romper barreiras de proteção colocadas pelas forças de segurança do Distrito Federal e da Força Nacional. Lá, invadiram o Salão Verde da Câmara dos Deputados, área que dá acesso ao plenário da Casa. Equipamentos de votação no plenário foram vandalizados. Os extremistas também usaram o tapete do Senado de “escorregador”.
Em seguida, os radicais se dirigiram ao Palácio do Planalto e depredaram diversas salas na sede do Poder Executivo. Por fim, invadiram o STF (Supremo Tribunal Federal). Quebraram vidros da fachada e chegaram até o plenário da Corte, onde arrancaram cadeiras do chão e o Brasão da República –que era fixado à parede do plenário da Corte. Os radicais também picharam a estátua “A Justiça”, feita por Alfredo Ceschiatti em 1961, e a porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
Os atos foram realizados por pessoas em sua maioria vestidas com camisetas da seleção brasileira de futebol, roupas nas cores da bandeira do Brasil e, às vezes, com a própria bandeira nas costas. Diziam-se patriotas e defendiam uma intervenção militar (na prática, um golpe de Estado) para derrubar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com informações do Poder360