Promotores do Rio de Janeiro pediram exoneração em massa do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) depois de o governador Cláudio Castro (PL) reconduzir Luciano Mattos ao cargo de procurador-geral de Justiça. Ao todo, foram 29 pedidos de remoção.
Entre os promotores que solicitaram exoneração do Gaeco estão os responsáveis pela investigação do caso Marielle Franco, vereadora do Psol assassinada em março de 2018. Há também pedidos de integrantes que atuam contra o tráfico e as milícias fluminenses.
A escolha do novo chefe do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pelo governador Cláudio Castro (PL) causou uma das disputas mais acirradas da história da instituição entre os dois primeiros colocados da lista tríplice.
Promotores e procuradores se dividiram na tentativa de influenciar na decisão do governador entre Leila Machado Costa, a candidata mais votada com 485 votos (46,27% do total) e o segundo lugar da lista, o atual procurador-geral de Justiça do MP-RJ, Luciano Mattos, que obteve 437votos (41,69%).
O governador afirmou que a escolha foi democrática em carta enviada à categoria. A Constituição do Rio de Janeiro exige que o procurador-geral de Justiça seja escolhido entre os três mais votados pelo MP-RJ, mas não exige que seja o que recebeu mais votos.
Os promotores, no entanto, disseram que houve quebra de “compromisso assumido e ratificado” por Castro de apoiar “o candidato mais votado nas eleições” do MP, que ocorreu em 12 de janeiro de 2022.
A discussão teve como pano de fundo a associação do nome da primeira colocada da lista ao bolsonarismo. A recondução de Luciano Mattos ao cargo de PGJ do Rio para o biênio 2023-2025. foi publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (13).